quinta-feira, 18 de julho de 2013

Comissão da Verdade: indenização de empresas a trabalhadores perseguidos pela ditadura

                            Correio do Brasil                                     

Rosa Cardoso preside a Comissão da Verdade no Brasil
                                                                     Rosa Cardoso preside a Comissão da Verdade no Brasil
Coordenadora da Comissão Nacional da Verdade, Rosa Cardoso confirmou, nesta quarta-feira, que a comissão pretende exigir das empresas que apoiaram o regime militar o pagamento de indenização aos trabalhadores que foram perseguidos. Várias empresas perseguiram os seus funcionários, colaborando com a ditadura. Os exemplos mais famosos são das empresas Embraer, Petrobrás, Correios, Volkswagen, Monark e também há os casos mais escondidos pela imprensa conservadora, como da Folha de São Paulo, que demitiu funcionários por não apoiarem o golpe militar.
Essas empresas criaram listas negras de funcionários “subversivos” e entregaram militantes políticos para os militares. No total, calcula-se que mais de 5 mil trabalhadores foram mortos pela ditadura, 350 sindicatos foram invadidos e mais de 6 mil sofreram intervenção militar. Rosa citou o exemplo da Argentina, onde as empresas que financiaram o golpe militar e apoiaram o regime foram obrigadas a pagar indenizações a trabalhadores perseguidos. A ditadura militar foi uma operação do governo dos Estados Unidos em conjunto com as classes dominantes no país para impedir a concessão de direitos pelo governo reformista e moderado de João Goulart aos trabalhadores.
A operação contou com o apoio da classe média conservadora. Ficou conhecido o caso do presidente da Ultragás, Henning Albert Boilesen, que não apenas financiou a Operação Bandeiras (OBAN) como trouxe dos Estados Unidos uma máquina de eletro-choque acionada por um teclado para a tortura de militantes políticos que foi nomeada pelos militares como “Pianola Boilesen”. Há uma enorme pressão dos militares para dissolver a Comissão da Verdade ou impedir seu funcionamento, pois ainda que com objetivos limitados, não querem que a comissão divulgue nomes, datas e informações sobre o regime, enquanto seus mandantes estão vivos.

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