domingo, 2 de novembro de 2014


Babacas pedem golpe, espertos 

exigem lucro e o Brasil

quer governo
Fernando Brito                
governonovo
Logo após es eleições escrevi um post com o título “Nós perdemos, mas(AQUI)exigimos ganhar, entende?”, onde procurava demonstrar que os grupos dominantes brasileiros, embora tenham sofrido uma derrota eleitoral querem impor ao novo governo sua própria pauta.
Não se enganem com os mil ou dois mil babacas que fizeram, nesse sábado, a patética manifestação do “perdi e não brinco mais de democracia”.
Eles são o que são, apenas uns babacas com quem a vida foi é é gentil e que respondem a isso com intolerância e brutalidade.
O importante é entender em que caldo de cultura brotam estes cogumelos e que forças os adubam, e com que fins.
Para que insuflar dúzia e meia de ressentidos, agressivos e autoritários?
Simples, como simples foi o que fizeram com as senhoras carolas das “Marchas com Deus pela Família e pela Liberdade”, com que acusavam um tolerante e pacífico fazendeiro, João Goulart, de pretender implantar o comunismo e o confisco generalizado de bens.
Porque ganham dinheiro com isso.
Muito, e afinal é isso o que querem.
Querem, por acaso, uma governante mais austera e “pão-dura” com os gastos públicos desnecessários?
Procurem por aí e terão imensa dificuldade, impossibilidade até, de encontrar alguém que tenha mais este perfil que Dilma.
Ou um Presidente mais avesso às composições de interesses dos políticos?
Novamente não acharão.
Não, o que querem é apenas uma governante fraca, débil, incapaz de implementar um programa econômico que não seja integralmente o seu.
Nem mesmo um golpe militar, como aquele em que nossas Forças Armadas amarraram a vaca do Estado para que os grupos econômicos a ordenhassem.
Sabem que isso não sobrevive no mundo moderno, onde não há – exceto dos babacas da Avenida Paulista – o medo ao “comunismo ateu e apátrida” com que justificaram o autoritarismo de há 50 anos.
E, como não há fundamentalistas islâmicos disponíveis no Brasil para usarem como sucedâneos dos “russos de Moscou”, não há na praça quem possam  usar, senão a genérica categoria dos “corruptos”, à qual se agarram. Como fazia-se os papagaios repetirem a única palavra que seus  cérebros minúsculos poderiam reter.
A história só se repete como farsa.
Estão enganados os que, nesta segunda-feira-3, quando começa de fato seu segundo governo, esperam encontrar uma Dilma dócil por assustada.
Tão enganados quanto os que esperam uma Dilma agressiva por desespero.
Dilma fará gestos de boa-vontade inequívocos em relação aos agentes econômicos e à deplorável realidade do nossos sistema parlamentar.
Mas a “nova Dilma” que começa a se mostrar nesta segunda será bem diferente da primeira.
Vai apelar à serenidade, a normalidade, mas não vai oferecer tibieza em troca.
Dilma viveu décadas neste ano de campanha.
Entendeu, com profundidade, a diferença em ser a administradora dura, exigente e austera – o que sempre foi e seguirá a ser – e ser uma líder política que simboliza desejos, sentimentos e aspirações sociais.
É isso o que alguns, ao exigirem que ela tenha uma agressividade que não pode ter – porque a marca da agressividade e da intolerância, afinal, é a marca e o estigma de seus adversários – não compreendem.
Podem crer que ninguém será mais dura com os erros que, no primeiro mandato, cometeu -ao achar que intenções, esforços e resultados bastariam para suprir a polêmica política – do que ela própria.
Mas sabe que, de imediato, o povo brasileiro quer o final da campanha eleitoral, que a direita e a mídia tentam prolongar, com suas patéticas manifestações, e o início do Governo que elegeu.
É pensando nisso – e no que é necessário para que isso aconteça – que Dilma chegou neste domingo a Brasília, para a “posse informal” de seu segundo governo.
Que começa nesta segunda mesmo.
Um governo novo, com ideias novas.

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