Provocadores e mídia marcam protesto nas ruas do Rio
VioMundo
por Adilson Filho, via e-mail
O ato convocado pelas centrais sindicais aqui no Rio de Janeiro começou a ganhar corpo por volta das 16 hs. Estava tudo correndo bem, com várias categorias unidas, os movimentos sociais e cidadãos empunhando suas bandeiras vermelhas e amarelas enquanto se concentravam na Candelária. De um dos carros que puxava a manifestação ouvia-se:
“Essa aqui é a luta dos trabalhadores do Brasil, homens e mulheres que vieram as ruas por um país melhor, aqui não tem lugar pra fascista; se você prefere ficar de máscara, por favor, respeite quem está aqui mostrando a sua cara com coragem e dando seu recado.”
De repente um sujeito atirou uma pedra na vidraça da Igreja principal, foi identificado e preso pela polícia. Nesse momento, algumas pessoas — muitas cobrindo o rosto com camisas — cercaram os policiais e começaram a atirar coisas. A reação foi imediata. A diretora do SEPE [Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação], que estava num segundo carro, acertadamente pediu para que as pessoas não corressem, que não caíssem nas provocações desse pequeno grupo. Chegou inclusive a dizer para não hostilizarem a polícia que estava ali para garantir o evento e ressaltou ainda que PM também era da classe trabalhadora, tão explorada quanto muitos ali.
Mas o grupo estava mesmo empenhado, continuaram as provocações e a polícia reagiu da única forma (errada, registre-se) que sabe reagir nessas horas. Bombas, cassetetes pro alto e gás lacrimogênio.
Mais à frente, umas duas horas depois, um grupo de pelo menos 150 pessoas passou em fila indiana, todos de preto, com camisas no rosto e com aquela máscara do personagem britânico na nuca. A fila era interminável, e esse grupo carregava ainda um estandarte (também preto) com várias dessas máscaras estampadas. Como não poderia deixar de ser, chamou a atenção de todos que marchavam, gerando uma certa apreensão. Um amigo virou pra mim e disse aquilo que eu estava pensando: vai dar merda.
Não deu outra. Ao chegar à Cinelândia eles se concentraram mais ou menos na altura da Araújo Porto Alegre, esperaram a passeata chegar, foram puxando bandeiras, atirando coisas e partindo pra cima. Alguns manifestantes reagiram e a coisa esquentou. A polícia reagiu de forma mais incisiva ainda, o corre-corre foi geral e assim, desta maneira lamentável, acabou a manifestação.
PS do Adilson: A manifestação de hoje, não fosse a tentativa explícita de sabotagem, tinha tudo pra ser um grande ato de cidadania e de reivindicações positivas. Desta vez não havia ninguém de nariz de palhaço, enrolado em bandeiras estilizadas do Brasil, com cartazes divertidos dos mais variados, devidamente ‘produzidos’ para ocasião. Acho que agora está provado que as milhares de pessoas que ‘incendiaram’ as ruas no mês passado e que formaram o ‘tal do gigante’ que acordou receberam a lenha da mídia e a gasolina do Facebook. Quando a pauta conservadora deu lugar à pauta progressista, o gigante voltou ao seu sono profundo. Nas ruas, só ficaram os que nunca dormiram.
PS do Viomundo: Enquanto isso, em SP, a cobertura da mídia patronal foi completamente voltada para a desqualificação dos protestos.
O ato convocado pelas centrais sindicais aqui no Rio de Janeiro começou a ganhar corpo por volta das 16 hs. Estava tudo correndo bem, com várias categorias unidas, os movimentos sociais e cidadãos empunhando suas bandeiras vermelhas e amarelas enquanto se concentravam na Candelária. De um dos carros que puxava a manifestação ouvia-se:
“Essa aqui é a luta dos trabalhadores do Brasil, homens e mulheres que vieram as ruas por um país melhor, aqui não tem lugar pra fascista; se você prefere ficar de máscara, por favor, respeite quem está aqui mostrando a sua cara com coragem e dando seu recado.”
De repente um sujeito atirou uma pedra na vidraça da Igreja principal, foi identificado e preso pela polícia. Nesse momento, algumas pessoas — muitas cobrindo o rosto com camisas — cercaram os policiais e começaram a atirar coisas. A reação foi imediata. A diretora do SEPE [Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação], que estava num segundo carro, acertadamente pediu para que as pessoas não corressem, que não caíssem nas provocações desse pequeno grupo. Chegou inclusive a dizer para não hostilizarem a polícia que estava ali para garantir o evento e ressaltou ainda que PM também era da classe trabalhadora, tão explorada quanto muitos ali.
Mas o grupo estava mesmo empenhado, continuaram as provocações e a polícia reagiu da única forma (errada, registre-se) que sabe reagir nessas horas. Bombas, cassetetes pro alto e gás lacrimogênio.
Mais à frente, umas duas horas depois, um grupo de pelo menos 150 pessoas passou em fila indiana, todos de preto, com camisas no rosto e com aquela máscara do personagem britânico na nuca. A fila era interminável, e esse grupo carregava ainda um estandarte (também preto) com várias dessas máscaras estampadas. Como não poderia deixar de ser, chamou a atenção de todos que marchavam, gerando uma certa apreensão. Um amigo virou pra mim e disse aquilo que eu estava pensando: vai dar merda.
Não deu outra. Ao chegar à Cinelândia eles se concentraram mais ou menos na altura da Araújo Porto Alegre, esperaram a passeata chegar, foram puxando bandeiras, atirando coisas e partindo pra cima. Alguns manifestantes reagiram e a coisa esquentou. A polícia reagiu de forma mais incisiva ainda, o corre-corre foi geral e assim, desta maneira lamentável, acabou a manifestação.
PS do Adilson: A manifestação de hoje, não fosse a tentativa explícita de sabotagem, tinha tudo pra ser um grande ato de cidadania e de reivindicações positivas. Desta vez não havia ninguém de nariz de palhaço, enrolado em bandeiras estilizadas do Brasil, com cartazes divertidos dos mais variados, devidamente ‘produzidos’ para ocasião. Acho que agora está provado que as milhares de pessoas que ‘incendiaram’ as ruas no mês passado e que formaram o ‘tal do gigante’ que acordou receberam a lenha da mídia e a gasolina do Facebook. Quando a pauta conservadora deu lugar à pauta progressista, o gigante voltou ao seu sono profundo. Nas ruas, só ficaram os que nunca dormiram.
PS do Viomundo: Enquanto isso, em SP, a cobertura da mídia patronal foi completamente voltada para a desqualificação dos protestos.
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