terça-feira, 14 de maio de 2013

Felipão deixa R10  fora da seleção, enfurecendo milhões de 'técnicos'
                                                           
 Do AMgóes - O mundo tremeu nesta terça. Apoplética, a imprensa esportiva quase infartou quando o patriarca da 'famiglia'  Scolari anunciou a relação dos convocados para a seleção  de futebol na Copa das Confederações, em junho aqui no Brasil. 'Pule de dez' em todas as listas, do Oiapoque ao Chuí, o 'bailarino' Ronaldinho Gaúcho (ora em fase excepcional) ficou fora, provocando a sagrada ira da 'pátria de chuteiras' que contava com seu engenho e arte, na perspectiva de nosso quarto título no torneio pré-Copa de 2014.

Felipão, em sua,  digamos, pragmática coerência,  repetiu a decisão  nos preparativos para a Copa de 2002, em que descartou a badalada experiência e o  inquestionável talento de Romário, certamente por ordem expressa da CBF, face aos constrangimentos gerados pelo 'baixinho' ao ser dispensado por contusão, às vésperas do Mundial da França, em 1998. O craque desancou  Zagallo e Zico(integrantes da comissão técnica),   acusando-os por seu  traumático retorno ao Brasil. A título de sarcástico 'troco',  Romário mandou pintar, no banheiro de sua boate, na avenida Sernambetiba-Barra da Tijuca,  escatológicas caricaturas  dos 'desafetos' que elegeu, retratando Zico com um rolo de papel higiênico à mão e Zagallo sentado no vaso sanitário, para explicitar que os dois 'fizeram m...' com seu corte da seleção, 'imbroglio' cuja repercussão implicou demandas judiciais, já encerradas, contra o atual (sempre ele) polêmico e combativo deputado federal pelo PSB fluminense.
                              

Em 1950,  os 'especialistas' da crônica esportiva paulistana(com razão, convenhamos) caíram de pau em Flávio Costa por escalar na zaga do 'escrete' o botinudo Juvenal, do Flamengo, preterindo da titularidade o futebol clássico e elegante de Mauro Ramos(na campanha frustrada pela derrota da finalíssima no Maracanã, para o Uruguai), à época uma jovem unanimidade que precocemente despontara no São Paulo, bicampeão estadual em 48 e 49. Mauro ainda permaneceria  reserva em 1954(Suíça), de Pinheiro(Flu) e 1958(Suécia), de Bellini(Vasco), mas em 1962, no Chile, afinal foi escalado, com justiça,  por Aimoré Moreira, em nosso bicampeonato.. Mauro integrou o timaço do Santos, de Pelé & cia, até aposentar-se dos gramados.
                      

 Na convocação para a Copa do México, começo de 1970, sobrou para Dirceu Lopes, um idolatrado artista da bola que encantou a torcida do Cruzeiro e do país, ao lado de Tostão, Wilson Piazza, Zé Carlos, Natal e outros craques da vitoriosa equipe 'estrelada' de BH.  Titular absoluto de João Saldanha nas 'eliminatórias',  foi 'esquecido' por Zagalo, que o substituiu por Dario 'peito de aço', do Atlético Mineiro, face a  injunções nada técnicas, nos 'anos de chumbo',  engendradas fora do âmbito da CBD(um comprovado e sutil desejo do ditador Garrastazu Médici, fã declarado do folclórico artilheiro do 'Galo', 'Dadá Maravilha').                                                           
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Para a Copa da Espanha(1982), o aclamado Telê Santana decidiu não convocar o então (disparado) melhor goleiro do futebol brasileiro, Raul(Plasmann), ex-ídolo do Cruzeiro de Tostão e Dirceu Lopes, titular do Flamengo na 'Libertadores' e no Mundial interclubes de 1981, sob a inverossímil justificativa de que o consagrado 'guarda-metas' não gostava de treinar, promovendo  à 'camisa número um', na seleção que encantou o planeta mas ficou pelo caminho,  o são-paulino Valdir Peres, claudicante engolidor de pelo menos duas 'penosas' nos três gols  que nos derrubaram contra a Itália, marcados pelo (dolorosamente) 'inesquecível' Paolo Rossi,  no estádio  Sarriá/Barcelona.                                    
                  

Quanto à atual seleção,  tirantes, como sempre ocorre,  preferências subjetivas dos  milhões de  'entendidos' de futebol,  inclusive com espinafradoras manifestações nas redes sociais, os nomes de consenso, em esmagadora maioria, constam da lista anunciada por Felipão. O epicentro das preocupações do torcedor deveria ser, entretanto, o engessado desenho tático adotado há décadas por nossos 'técnicos', autodeclarados 'professores', a exemplo de Scolari, cujas fórmulas repletas de extemporâneas cautelas e anteparos nos distanciam dos esquemas plasticamente ousados  da atual escola europeia, declaradamente reprodutora do  histórico padrão brasileiro, ofensivo e insinuante, deixado   faz tempo para  trás, salvo raríssimas e honrosas exceções.

No mais,  deploremos a nauseabunda figura do tal José Maria Marín, lugar-tenente-substituto do famigerado Ricardo Teixeira na CBF e incondicional avalista do larápio-mór, ex-presidente de honra(de honra?) da FIFA, Jean-Marie Faustin Goedefroid Havelange. Ao presidir o anúncio da convocação nesta terça-feira, o indigitado Marín tentou criar um ambiente de "Pra frente, Brasil!", em que só faltou a reedição da marchinha de Miguel Gustavo,  executada há 43 anos na campanha do 'tri'(uma falácia da mídia golpista, pois não foi 'tri'), enquanto a ditadura prendia, arrebentava, esfolava(e fazia desaparecer) dissidentes da quartelada de 1964. Como os tempos são outros,  essas tristes figuras estão na fase regressiva, com os dias inexoravelmente contados. E torçamos para que Felipão se libere, em primeiro plano, de suas conservadoras idiossincrasias.  Em nome do futebol-arte, com  que, por exemplo, os clubes europeus nos brindam pela TV, na 'Champions League', o respeitável público penhoradamente agradece.




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