sábado, 25 de maio de 2013

Bolsa Família: esmola?

                                          
Do AMgóes -  Os contingentes beneficiados com o 'Bolsa Família' não o recebem sob essa característica de viés pejorativo. Não se trata de ESMOLA, base do discurso elitista e excludente de remanescentes da velha 'classe média'. 

O programa implementado a partir de 2003, incrementando ações difusas e inconsistentes lançadas no governo FHC(bolsa-escola, vale-gás etc), ensejou respostas inimagináveis pelos tucanos que, sejamos francos, JAMAIS pensaram em inserção dos contingentes historicamente marginalizados na vida socioeconômica do país, além do mero viés eleitoreiro para contemplar apaniguados, na preservação dos tristemente célebres 'currais de votos'. 

Não substimemos a acuidade de organismos internacionais, que referendam o 'Bolsa Família', sugerindo sua aplicabilidade mundo afora. Por exemplo: 'The Economist', ultraconservador periódico britânico, com mais de um século e meio em defesa de desmesurados lucros do Capital, ao arrepio do direito à 'mais-valia' do proletariado europeu desde os idos da Revolução Industrial, não hesitou em pesquisar a (inacreditável) pertinência do programa brasileiro de inclusão social, instaurado pelo governo Lula, a cujos resultados nosso Nordeste, em particular, deve sua arrancada para se transformar, proximamente, na 'Califórnia brasileira', pode crer. 

Uma elementar questão de 'vontade política' que os predecessores do PT no Planalto jamais cogitaram, afora sazonais paliativos assistencialistas, sem objetivo de integração dos deserdados às apetitosas fatias do turbinado bolo da economia nacional. Vivemos, sem, dúvida, uma fase de complicada transição entre realidades diametralmente opostas, sob o ônus de previsíveis( quão deploráveis) resistências culturais a novos modelos de interação social. 

A recente grita, face aos avanços legais das empregadas domésticas, é falacioso sintoma da inconformação conservadora, para quem o ideal, na 'vera', seria o retorno ao tempo das mucamas compradas no mercado escravista como peça (de carne e osso) para uso caseiro, até ser substituída por outra, no processo 'natural' de reposição. 
                                 
O BOLSA FAMÍLIA não é 'esmola'. Essa referência desairosa ofende a autoestima dos beneficiários, que a consideram, mesmo em seu diminuto 'poder de compra', inestimável meio de sobrevivência, primeiro passo à busca de inalienáveis direitos de cidadania. E vamos à luta!

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