domingo, 26 de maio de 2013

Bolsa Família sustenta 
metade dos alagoanos
BENEFÍCIO: programa federal injeta R$ 800 milhões por ano na economia do Estado
GAZETA DE ALAGOAS    -  Maurício Gonçalves, repórter
O que você faria com 155 reais? A pergunta feita a integrantes da classe média tem respostas variadas. “Uma farra na pizzaria com um bom vinho; consertar a descarga do banheiro; ir ao cinema, comprar pipoca, assistir três filmes e pagar tudo para o namorado; quitar contas que vão vencer; guardar no cofrinho ou comprar coisas que está querendo: um ventilador de teto, calça e camisa, discos de vinil, um sapato de salto acima de 13 centímetros, um rebatedor para a máquina fotográfica, brinquedo para o filho” e por aí vai.
Para os pobres, a decisão é uma só: comprar comida. As famílias cadastradas no Programa Bolsa Família  em Alagoas recebem uma renda média mensal de R$ 155, 52. O Grupo de Pesquisa em Economia Popular da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) fez um levantamento do que se pode comprar todo mês com este dinheiro. O trabalho realizado esta semana chegou à surpreendente relação de 14 itens que formam uma senhora feira.

Para chegar a tal façanha, os estudantes da Ufal fizeram o que as donas de casa do Bolsa Família sabem fazer muito bem: pesquisaram minuciosamente os preços nas feiras livres do Jacintinho e do Tabuleiro do Martins, nos dias 21 e 22 de maio.

De acordo com os preços listados na tabela que elaboramos, pode-se comprar cinco quilos de arroz, cinco quilos de açúcar, três pacotes da café, quatro quilos de cebola e tomate, três quilos de feijão, três quilos de frango, cinco pacotes de macarrão, três pacotes de margarina, duas garrafas de óleo, dez pacotes de pão, dois quilos de sal, dois quilos de salsicha e a metade do valor de um botijão de gás.

O boato sobre o fim do Bolsa Família chacoalhou o Brasil, no fim de semana passado, principalmente no Nordeste e nos lugares mais carentes do país. Para o economista Cícero Péricles de Carvalho, esse “rolo” todo despertou a atenção da população sobre a real importância desse dinheiro como complemento de renda para as famílias pobres ou situadas abaixo da linha da miséria.

E elas não são poucas. Em Alagoas, quase metade das 900 mil famílias registradas no último censo é cadastrada no Bolsa Família. De acordo com relatório do mês de abril, são exatamente 423.826 famílias que recebem R$ 65,9 milhões por mês. Com o cálculo médio de quatro integrantes por família, chega-se a um total aproximado de 1,7 milhão de pessoas(metade da população)  atendidas no Estado. Reconhecido como o maior programa de combate à pobreza do mundo, o Bolsa Família completa dez anos em 2013, próximo a alcançar 50 milhões de brasileiros.

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