Se você pensa que há limites para as baixarias da extrema-direita acoitada na mídia brasileira é porque não viu o post(AQUI) desta terça-28 de Reinaldo Azevedo.
Um prefácio de livro escrito pelo jurista Luiz Edson FachinC - onde se defende os direitos sucessórios de amantes – que é algo tão obvio em relações duradouras e estáveis que parece incrível se poder negar a quem conviveu por décadas – como sendo a defesa da poligamia.
Reinaldo desce aos tempos em que os filhos fora do casamento não tinham direito senão ao estigma.
A prole era, como escreveu a advogada Juliana Fernandes Altieri (AQUI), era “legítima, legitimada e ilegítima, a última dividida em natural, incestuosa ou adulterina. Filhos agora são apenas 'filhos', proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas aos filhos”.
Agora, Azevedo acha um “atentado à família” que “até a pensão a viúva oficial divida com a viúva paralela.”
Ou que, para usar as palavras que ele próprio usa no lixo em vídeo que divide com a Sheherazade da Veja, “a chifruda ainda vai perder uma parte da pensão”.
Sim, assim mesmo, com essa delicadeza.
Tal como os filhos da “chifrância”, Reinaldo.
Até aí, porém, seria só a indiferença ao ser humano, sobre o qual moral e direito não podem se confundir, porque o segundo independe das escolhas que, condenáveis que sejam por quem a discorde, sobre a moral que pratica.
Mas Azevedo vai à abjeção e apela para uma das maiores baixezas que já li nos últimos temos ao comentar a foto em que Fachin aparece de mãos dadas com sua mulher:
“Ah, sim: o advogado foi ao Senado no dia 15 pedir o apoio de Renan Calheiros. Levou a sua mulher a tiracolo, a desembargadora Rosana Fachin. Estavam juntos. De mãozinhas dadas. Eu sou terrivelmente lógico, professor. Caso o senhor tivesse uma amante (não estou perguntando nem é da minha conta), o certo seria que ela estivesse enlaçada à sua outra mão? Afinal, o senhor defende que até a pensão a viúva oficial divida com a viúva paralela.”
Um pena que um Ministro do Supremo, mesmo aspirante, não possa dar uma bofetada em quem se presta a esta torpeza.
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