Lula nada de braçada
no rio Amarelo
É apenas o elogio ao exercício físico
CONVERSA AFIADA
Mao Tsé-Tung |
No dia 16 de julho de 1966, Mao foi à cidade de Wuhan, na China central, e na companhia de cinco mil partidários, “nadou” aproximadamente 15 quilômetros no rio Yangtze, o rio Amarelo.
Mao tinha 73 anos.
A China atravessava crise profunda, agravada por uma indisfarçada disputa na liderança do partido.
Um mês depois, em 18 de agosto, Mao lançou a Revolução Cultural.
Mandou para a cadeia – onde morreu – o presidente rival, Liu Shaoqi, acusado de ser o “Kruschev chinês”, e denunciou outro rival, Deng Xiaoping como “o numero dois na busca do caminho capitalista”.
Deng foi trabalhar como tratorista numa remota fazenda.
Tanto quanto Mao ao nadar no rio Amarelo, Lula enalteceu as virtudes do exercício físico.
Um dia depois, numa convenção regional do Partido em crise, Lula avisou(AQUI) à Presidenta que ela não existe sem o PT – e o PT não existe sem ela.
E cobrou o relançamento de uma revolução de infra-estrutura.
(O que, aparentemente, começou a acontecer(AQUI) na reunião no Palácio do Alvorada, com os ministros, nesse sábado 25/abril.)
A Revolução Cultural chinesa significou o que historiadores chamam de “a criação destrutiva”.
Se não tivesse ocorrido, a China Continental seria Formosa; Mao e os descendentes estariam, hoje, em Formosa.
A sessão de ginástica do Presidente Lula segue outra lógica, é óbvio.
Parece ser a seguinte:
- o primeiro mandato foi dela;
- no segundo, ela não pode desfazer o que Lula deixou de herança;
- e muito menos impedir que ele volte em 2018.
É uma ginástica política que não tem nada de destrutiva.
Ao contrário.
Não passa de um elogio à boa forma física.
Como nadar no rio Amarelo.
(Paulo Henrique Amorim)
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