Não era nenhum segredo e nem este modesto site, que em matéria financeira não é nenhum centro de inside information, tinha bola de cristal para dizer - vinte minutos antes da abertura do pregão da Bovespa, nesta quinta(23), que, em relação às ações da Petrobras, “poderia haver um “chacoalhão” no mercado, hoje, sobretudo pela negativa de pagamento de dividendos. Mas, depois dele, a tendência seguirá sendo a de lenta recuperação da empresa, que teve de aceitar encolher em investimentos e patrimônio”.
Era o óbvio.
Apesar disso, com base em 10 minutos de pregão e negócios de R$ 5 milhões (uma mixórdia para negócios em Bolsa de ações da Petrobras), os jornais estamparam manchetes como a da Folha/SP, dizendo que os papéis da petroleira “desabaram”.
“Desabaram” para cima, na Bolsa de Nova York.
Naquele momento, 3% de alta e sobre os 4% de alta de ontem.
Pessoalmente, não acreditava que se sustentasse até o final do dia, porque, apesar de manter a alta, o preço do petróleo, que chegou a US$ 65 por barril (o tipo Brent) cedeu um um pouco. Bolsa é “mobile”.
Mas estava evidente que, ao contrário de “despencar”, a tendência de alta da Petrobras seguiria firme, inclusive rompendo, pela primeira vez, o preço de US$ 9 dólares, que era estimado pelo mercado financeiro de lá para fixar a vantagem dos “comprados” sobre os “vendidos” em ADRs da empresa.
Para os que se aferram às versões, repito o que canso de dizer: as perdas da Petrobras seguem altas, tanto por seus problemas específicos quanto pela desvalorização do petróleo.
Mas é impossível deixar de ver que a tendência é de uma longa recuperação de valor.
O papel da imprensa brasileira em relação à Petrobras excede a canalhice com que trata a principal empresa brasileira.
Porque não hesita em informar temerariamente os seus leitores que, na ilusão do jogo de Bolsa, sai correndo para “vender antes que acabe”.
Leitores? Não, tolinhos…
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