Da estabilidade no emprego antes do FGTS ao ‘ricardão’
na alcova conjugal ‘terceirizada’
-E quando aquele deputado que aprovou o PL 4330 chegou em casa...
Do AMgóes - Quando a ditadura instituiu o FGTS(janeiro/1967), estava chegando ao meu 5º ano no Banco do Brasil/agência de Palmeira dos Índios(AL). Já dispunha de consciência cidadã, em meus 24 anos, quanto aos malefícios daquele golpe específico do regime autoritário contra os trabalhadores. Assim, optei em preservar a estabilidade do sistema anterior, como facultava a lei(apesar da ditadura).
Afinal, sem essa de acreditar que o patrão(privado, de 'economia mista' ou autárquico), num gesto 'magnânimo', depositaria cada mês determinado e ínfimo percentual, corrigido a cada ano fiscal, sob a troca infamante de lhe conferir a prerrogativa de me demitir sem razão plausível, garfando-me a indenização compensatória antes conferida pelas conquistas da CLT, diversas do famigerado arremedo de 'garantia por tempo de serviço'.
Não abdiquei de meu direito consolidado, ao lado de diminuto contingente de trabalhadores Brasil afora. Mas a esmagadora maioria de celetistas aderiu, experimentando no curso das décadas, aqui e ali, o desolador 'pé na bunda' ensejado pela demissão imotivada. Ameaçada, a classe trabalhadora submeteu-se, cabisbaixa e sem protestar, aos desmandos dos milicos(arquitetados por canalhas paisanos), que encheram as burras da classe empresarial, beneficiária de sinecuras sem conta. Todavia, advogando em causa própria, excetuaram da aberração o serviço público, contemplado pelo regime jurídico único do servidor.
Eis que, meio século depois, contraditoriamente ao Estado Democrático de Direito e bancada por um dos mais obscuros patronatos do planeta, uma maioria de deputados federais, alcaguete da plutocracia empresarial, garantiu, em pleno começo de legislatura, a cobertura do custo da próxima campanha eleitoral, aprovando a terceirização total das atividades laborais. Entretanto, correm o risco os 'nobres' parlamentares do 'sim', por ironia de imponderável contrapartida isonômica, de, ao fim e ao cabo, verem 'terceirizadas' aquelas 'atividades' que lhe são inerentes no recôndito da alcova 'oficial'(ou mesmo nas 'filiais', de domínio público, mantidas com o dinheiro do eleitorado).
Quem diria! Graças à terceirização, madame, inconformada com a permissiva ausência do 'varão(?) ao desejado cotidiano do leito conjugal, adotará, sem maiores percalços(face a impulsos de sua 'traída' neurofisiologia) os 'préstimos'(terceirizados, claro) do manjadíssimo e travesso 'ricardão'. Afinal, 'pau que bate em Chico bate em Francisco..
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