Não é justo culpar São Pedro.
Todo mundo sabe, ou deveria saber, o que aconteceu com a Sabesp nos últimos tempos.
A estatal que cuida da água no estado mais rico foi saqueada pelos tucanos desde que entraram no governo. Era usada para comprar a mídia, por exemplo. A empresa anunciava em canais de TV do Brasil inteiro, embora apenas oferecesse serviços em São Paulo.
Era usada para fazer doações para amigos, como ocorreu em 2006, quando doou meio milhão de reais para o Instituto Fernando Henrique Cardoso.
Era usada para distribuição de dividendos aos acionistas, muitos deles em Nova York.
Só não era usada para uma coisa: fazer os investimentos necessários em infra-estrutura hídrica, sobretudo interligando o sistema de distribuição de água do estado de São Paulo.
Os tucanos passaram tantos anos falando em “choque de gestão” e “competência”, e agora o Brasil inteiro irá sofrer as consequências de um choque sim, mas de incompetência absoluta, porque a interrupção em indústrias e campos agrícolas no estado, por falta de água, refletir-se-á na economia nacional como um todo.
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Ótima lembrança do Conversa Afiada.
De 2007, na FOLHA DE S. PAULO:
DOAÇÃO: SABESP DEU R$ 500 MIL PARA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Instituto Fernando Henrique Cardoso, entidade não-governamental criada pelo ex-presidente da República, recebeu no ano passado doação de R$ 500 mil da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), administrada por indicados pelo PSDB.
A ONG do ex-presidente captou por meio da Lei Rouanet, de incentivo a cultura, cerca de R$ 2 milhões de doadores diversos, entre os quais a Sabesp, para um projeto de preservação do acervo de FHC -documentos, fotografias e objetos. Em nota, o instituto negou haver irregularidades na doação.
A Sabesp é uma empresa de economia mista cujo principal acionista é o governo do Estado de São Paulo. A doação feita pela empresa foi revelada por reportagem publicada ontem no site “Terra Magazine”. De acordo com o texto, os recursos serão abatidos do Imposto de Renda por meio da Lei Rouanet.
A nota divulgada ontem pelo instituto FHC explica que as doações, fruto de um projeto aprovado pelo Ministério da Cultura, se destinam à digitalização do arquivo do instituto, que poderá ser acessado pela internet.
“Além das atividades acima referidas [digitalização], ele [o projeto] prevê a realização de exposições, seminários e palestras dirigidos a um amplo público de estudantes e professores.”
A nota prossegue ressaltando a legalidade da doação da Sabesp. “O iFHC manteve-se no estrito cumprimento das determinações legais, seja em relação à Lei Rouanet, que permite a doação de empresas públicas, seja da Lei 4.344, que faculta a qualquer entidade ou pessoa física mantenedora de acervos documentais privados de presidentes da República “buscar apoio financeiro e técnico do poder público para projetos de fins educativos, científicos e culturais”.”
A Folha não conseguiu falar NESSA SEXTA(31/10) com a Sabesp.
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