PF prende 27
investigados
e bloqueia mais de meio bi
da Operação Lava Jato
Mandados de busca e apreensão são feitos nas diretorias das empreiteiras; ex-diretor de Serviços da Petrobras é preso. Estranho é o estardalhaço sobre a '7ª etapa da operação Lava Jato', com direito a prisões documentadas pela Rede Globo e transmitidas logo cedo no 'Bom dia, Brasil'... Além da página de uma tal de OCC no Facebook, coincidente lembrança do CCC, grupo de estudantes da elite paulistana de 'caça aos comunistas', na didatura...
Patrícia Faermann
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Logomarca da OCC no Facebook |
Do AMgóes - De repente, numa sexta-feira, véspera de feriado da Proclamação da República(foi na mesma data, ano passado, que Joaquim Barbosa mandou prender José Dirceu e José Genoíno, condenados no faccioso 'Mensalão'), a Polícia Federal arma um teatro, com a Globo avisada, a postos para filmar tudo e transmitir logo cedo, no 'Bom Dia Brasil'. Dezenas de mandados contra pessoas já arroladas na operação 'Lava-Jato' e, obviamente, impedidas de sair do país. No 'imbroglio', indícios(e provas) sobre uns, já conhecidos, e suspeitas(não mais que isso, ainda sem provas e/ou evidências) sobre outros. Na mídia do PiG(Veja, O Globo, Estadão, Folha/SP),a ênfase especial sobre 'Renato Duque, indicado para a Petrobras pelo PT e afilhado de José Dirceu'. Tanto Duque como Carlos Alberto Costa eram experientes executivos de carreira, de notória competência profissional(já aposentados),ocupantes há décadas de relevantes funções na petroleira, bem antes de 2003. Não são raros ocupantes de 'cargos de confiança' no espectro empresarial, privado e estatal, mundo afora, a enriquecer ilicitamente, gerenciando negócios obscuros no interesse de poderosas corporações corruptoras, que levam a parte do 'leão' mas garantem o recheadíssimo butim dos intermediários corruptos. A diferença é que, lá fora, quando desmascarado, o executor da ilicitude mofa na cadeia(ou lá é justiçado, como na China, sob pena(ás vezes sumária) proporcional à lesão decorrente da malversação consumada). Aqui, nossa Polícia Federal, antes no exercício de ações de pouco vulto, raramente pautadas pela 'grande mídia'(salvo relevantes casos fortuitos que, ao fim e ao cabo, eram engavetados por dissimuladas ordens superiores), mais recentemente nos mandatos de FHC, foi reestruturada nos últimos 12 anos e passou a exercer, com surpreendente eficácia republicana, a tarefa institucional que lhe competia. Infelizmente em pouco mais de uma década, conquanto os avanços nos mecanismos investigativos de alta tecnologia, além da organização corporativa de seu contingente, ainda mantém, indelével, ranços da ditadura, com setores de 'inteligentzia' umbilicalmente vinculados, à socapa, ao grupamento conservador derrotado pelo projeto de inclusão socioeconômica a ser sequenciado por recente e majoritária decisão das urnas. Diversamente do que o PiG tenta passar aos incautos, a Polícia Federal não é uma entidade 'paralela', à margem do Estado. Ela integra o aparelho de segurança institucional do Poder Executivo, hierarquicamente vinculada ao Ministério da Justiça, cuja instância suprema é o(a) Presidente da República. Trata-se de segmento de prevenção, coerção e segurança do governo federal. O que causa espécie não é o desdobramento - previsível e desejado - da 'operação Lava Jato', para configurar a colossal apropriação de bilhões superfaturados, a débito da Petrobras, a maior do planeta na exploração de petróleo em águas profundas, agora às voltas com a realidade alvissareira do pré-sal. Estranhos e reprováveis os vazamentos de questões sigilosas do processo, com assentimento de um juiz federal no Paraná, e, para coroar, justo em fim de semana com feriado, a trombeteada prisão em massa, Brasil a fora, de quase uma centena de cidadãos, cuja maioria de depoentes foi liberada após as inquirições de praxe. Coincidentemente na véspera de propaladas manifestações de caráter golpista contra a presidenta reeleita, cujo mote dos protestos(agora se sabe)foram chancelados pela página de autodeclarada 'OCC/Organização de Combate à Corrupção'(logomarca acima que lembra o 'CCC/Comando de Caça aos Comunistas' dos 'anos de chumbo'. Acesse o 'link' abaixo...
Jornal GGN - A Polícia Federal deflagrou nesta sedxta (14) a sétima fase da Operação Lava Jato, prendendo 27 investigados, entre eles o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e executivos de empreiteiras. Foi decretado o bloqueio de aproximadamente R$ 720 milhões em bens de 36 investigados.
Só hoje, foram 85 mandados judiciais, incluindo 6 prisões preventivas, 21 prisões temporárias, 9 conduções coercitivas e 49 mandados de busca e apreensão em seis estados diferentes - Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Distrito Federal. A Polícia Federal contou com uma equipe de 300 policiais e 50 servidores da Receita Federal.
A Operação concentrou as ordens de prisão e condução coercitiva nas cinco das maiores empreiteras do país, que são o braço financeiro do esquema de corrupção deflagrado. Entre elas, a Camargo Corrêa, que teve as buscas feitas nesta manhã nas residências dos executivos da direção, incluindo o vice-presidente da empreiteira e um diretor.
A Odebrecht, UTC Constran, OAS, Queiroz Galvão, Engevix, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Iesa também estão na mira da Polícia Federal. Essas grandes companhias têm contratos de R$ 59 bilhões com a estatal e tiveram 11 mandados de busca.
O empresário Ricardo Pessoa da UTC Participações também foi conduzido à prisão pela PF, que suspeita que o doleiro Alberto Youssef era sócio oculto de Pessoa, depois que identificaram estreito relacionamento entre ambos.
Outro empresário também preso foi o vice-presidente da empreiteira Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes. A PF o encontrou em uma casa no Lago Sul, em área nobre de Brasília. A suspeita é que o empresário celebrou um contrato fictício pelo Consórcio Mendes Júnior-MPE-SOG e a empresa GFD Investimentos, controlada por Youssef, sob o valor de R$ 2,7 milhões, para justificar os repasses de propinas pelo doleiro a servidores públicos.
De acordo com as investigações, as empreiteiras repassariam propina a agentes públicos para garantir contratos na Petrobras. Renato Duque, que foi diretor de Serviços entre 2003 e 2012, seria o responsável por fechar 12 licitações da obra da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, de acordo com documento da estatal.
A Operação aponta que o esquema tinha como finalidade a lavagem de dinheiro e a prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. Segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), os grupos investigados registraram operações finaneceiras atípicas num montante que supera R$ 10 bilhões.
A Polícia informou que os envolvidos responderão por organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro, de acordo com suas participações.
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Delegados
da ‘Lava a Jato’
atacam PT na internet
247 - Delegados da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, que atuam na Operação Lava Jato, que investiga o esquema comandado pelo doleiro Alberto Youssef, usaram as redes sociais para exaltar o tucano Aécio Neves e atacar o PT.
O delegado Marcio Anselmo, coordenador da Operação, por exemplo, escreveu: “Alguém segura essa anta, por favor", em uma notícia cujo título era: "Lula compara o PT a Jesus Cristo".
Em outros trechos divulgados em reportagem de Julia Dualibi, no Facebook, os delegados compartilharam propaganda eleitoral do então candidato tucano com o conteúdo da delação premiada de Youssef, que teria acusado Dilma e Lula de conivência com os desvios.
Eles também repassaram notícias sobre o depoimento à Justiça de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, dizendo que o PT recebia 3% do valor de contratos supostamente superfaturados.
Um deles, o delegado Igor Romário de Paula, da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado, participa de um grupo chamado Organização de Combate à Corrupção, cujo símbolo é uma caricatura de Dilma coberta por uma faixa vermelha de "Fora, PT!". Ele também compartilhou um link da revista inglesa The Economist que defendia voto em Aécio e outras propagandas eleitorais do tucano.
A postura foi contestada por especialistas. Segundo o professor de Direito Administrativo Floriano Azevedo Marques, da USP, o servidor não pode se valer de informações sigilosas para fazer suas manifestações: “não convém que (o delegado) repercuta informações sobre a investigação que está conduzindo”.
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