O que seria um segundo
governo
Dilma?
Falta menos de quatro dias para as eleições. No final da tarde de domingo o país terá um novo presidente.
As pesquisas indicam a vitória de Dilma Rousseff, embora a volatilidade dessas eleições não recomendem apostas definitivas antes de se abrir as urnas.
Se Dilma vitoriosa, o cenário econômico será o seguinte:
1. Nas próximas semanas, mal estar nos mercados, com pressão sobre o dólar e as Bolsas em geral.
2. Gradativamente, se diluirá essa fase mais crítica dos mercados, e se aguardará os próximos passos de Dilma para reforçar ou refazer as expectativas. Aí dependerá dela virar ou não o jogo junto ao setor mais crítico do seu governo.
3. No plano político e social, as primeiras semanas serão de ódio extravasado, acumulado nesses anos de manchetes e redes sociais estimulando a intolerância e pela decepção dos que forem derrotados.
A presidente, assim, terá o duplo desafio de pacificar os mercados e a sociedade.
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A atual campanha eleitoral pela primeira vez colocou Dilma em contato com os diversos setores sociais englobados pelo pacto político que a sustenta. Os pulinhos de alegria que deu no palco do TUCA, em São Paulo são típicos do administrador que entendeu o seu entorno político. É possível que essa injeção de sociedade civil mude a forma de administrar as demandas sociais.
No evento de apoio a Dilma, no TUCA estava até o maior crítico do PT (pela esquerda), Chico de Oliveira, assustado com os grupos de intolerância e radicalismo que aderiram à candidatura Aécio, menos por ele, mais por encarnar o antipetismo.
Aderiram a Dilma menos por ela, mais com receio desse mundo de intolerância que saiu do armário.
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Ficou evidente a raiz do desgaste de Dilma com o mundo empresarial. Jamais foi por razões de fundo, mas de estilo: o modo autocrático de administrar, o fechamento a qualquer forma de participação empresarial, as decisões tomadas de afogadilho, trazendo consigo o vírus da imprevisibilidade, as desconfiança permanente em relação ao setor.
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No meio da campanha, cada candidato precisa sacar as obras que fez, o trabalho que realizou. Com a contagem apertada desde o início do segundo turno, certamente Dilma se deu conta da diferença entre Ministros de peso e os que vieram para flanar.
A maior parte de sua vitrine foram programas da área de educação, plantados na gestão plantados na gestão Fernando Haddad; a maior parte das críticas centrada na política de segurança, vergonhosamente inerte na gestão José Eduardo Cardozo.
Também ficou nítido, no desgaste do governo, o preço pago para manter na coordenação política, na Casa Civil e em outras áreas chave pessoas que não estavam à altura do cargo.
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Há duas grandes incógnitas no ar. Uma, de menor vulto, sobre os resultados das eleições.
Outra, maior, sobre o que seria um segundo governo Dilma.
Hoje em dia, há um conjunto de ideias consolidadas, sobre os rumos e as precauções na implantação das políticas industriais, sobre a importância da adesão do empresariado para um projeto nacional, sobre as formas de mobilização da poupança privada e do tal de mercado para um objetivo comum.
Se surgir uma Dilma 2 dessas eleições, poderá oferecer ao país um segundo governo definitivo.
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