Marina corre risco de ter
candidatura cassada
por uso de caixa 2
A Polícia Federal iniciou, neste domingo, uma detalhada investigação sobre possível uso de caixa 2 na campanha do PSB e de sua candidata à Presidência da República, Marina Silva, para o pagamento das despesas de campanha, entre elas, o aluguel do avião que, na queda, matou o ex-governador pernambucano Eduardo Campos. A campanha de Marina precisará explicar a quem pertencia o avião usado por Campos; além da origem dos recursos para as despesas com a aeronave.
A Polícia Federal já investiga a hipótese de que o jatinho teria sido comprado com dinheiro de caixa 2 da campanhas pelo PSB ou pelo próprio Eduardo Campos, através de laranjas. Agora, o PSB terá que indicar, rapidamente, na prestação de contas quem doou a aeronave à sua campanha presidencial.
O grupo AF Andrade, em nome do qual está a propriedade do avião, pertence a um usineiro falido, do interior paulista. Ele alega que a aeronave foi vendida a amigos de Eduardo Campos. O ex-piloto diz que toda a transação foi intermediada por Aldo Guedes, braço direito do ex-governador, que é casado com uma de suas primas e sócio em uma fazenda. Além de ter sido nomeado para a presidência da empresa de gás – em Pernambuco, Guedes é também tido como tesoureiro informal do PSB.
Amigos de Campos não possuem patrimônio declarado para comprar uma aeronave avaliada em R$ 18,5 milhões, o que leva a principal suspeita da PF ao uso de caixa dois da campanha. Até agora, ninguém se declarou proprietário da aeronave ou se responsabilizou pelos danos materiais em Santos e pela reparação que terá de ser paga aos familiares das vítimas.
Investigadores da PF acreditam que ninguém aparecerá para reclamar a propriedade da aeronave acidentada, o que inviabilizaria a prestação de contas do PSB e poderia levar à cassação da candidatura de Marina Silva. Ricardo Tepedino, advogado do grupo AF Andrade, assegura que a aeronave foi repassada aos amigos de Eduardo Campos, que, por sua vez, negam a operação.
– A doação precisa constar de um contrato, com a emissão de recibo eleitoral pela campanha. O contrato deve ser anterior à doação. Se os gastos com o avião não forem declarados, isso pode configurar omissão de despesas e o candidato pode responder a uma ação por abuso de poder econômico – disse Kátia Kufa, presidente do Instituto Paulista de Direito Eleitoral, a jornalistas do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, que publicou matéria sobre o assunto em sua última edição, deste domingo.
A maior dificuldade do PSB, no momento, é convencer algum empresário ou amigo de Campos a assinar um contrato, que lhe imporia a obrigação(AQUI) de arcar com o custo do acidente.
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