"Bye" para Dilma
Nesta semana, saberemos pelas pesquisas se a presidente terá conseguido estabilizar-se acima de um terço na preferência do eleitorado. A aritmética garante a classificação para o segundo turno de qualquer postulante com esse cacife.
Foi expressiva a melhoria da popularidade presidencial no Datafolha mais recente. Os seis pontos a mais de avaliação ótima ou boa colocam o governo federal próximo dos 40% de menções positivas. Um candidato à reeleição torna-se difícil de ser batido a partir desse patamar.
A decantar-se o cenário, a presidente poderá assistir da tribuna à luta de foices prestes a aflorar entre o verde de Marina Silva e o azul de Aécio Neves. O time vermelho seria poupado fisicamente para a partida final, como se diz no futebol.
A comissão técnica petista teria mais tempo para estudar os adversários engalfinhados e testar nos treinos e laboratórios da propaganda a melhor formação para destruir o sobrevivente no segundo turno. Não seria uma vantagem desprezível.
Lá embaixo, no campo de jogo, vai começar a tentativa de "desconstrução" de Marina Silva pelos tucanos. O precedente é a pulverização, em ritmo de "Blitzkrieg", da candidatura de Ciro Gomes empreendida pela campanha de José Serra em 2002.
Na comparação com Aécio, Marina tem pouco tempo de exposição no rádio e na TV para defender-se. Qualquer deslize sonhático será explorado pelos tucanos, assim como a conflituosa passagem de Marina pelo Executivo sob Lula.
Do alto, Dilma a tudo observará. Assim poderá preparar-se para tirar proveito das fragilidades conhecidas e reveladas de seu último rival, seja Marina, seja Aécio.
(*) Vinicius Mota é Secretário de Redação da Folha. Foi editor de Opinião (coordenador dos editoriais) e do caderno 'Mundo'.
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