Antes de comentar, friso que não me incomodo de “apanhar” como ocorreu com alguns comentaristas, depois da entrevista de Dilma ao Jornal Nacional, que seu desempenho tenha sido apenas razoável e o bastante, apenas, para não ser massacrada como foram os outros entrevistados até agora.
Por isso, fico à vontade para dizer que no primeiro programa eleitoral desta campanha, Dilma Rousseff, para usar a gíria carioca, “nadou de braçada” sobre seus adversários.
Tão grande foi a diferença de qualidade que não creio que os outros programas não sejam completamente diferentes.
Quanto ao PSB, são compreensíveis as dificuldades e a opção por um “recordar” de Eduardo Campos. Mas era indispensável uma fala de Marina Silva (acho que isso ocorrerá à noite), que, como sua candidata a vice, tinha legitimidade para faze-la e seria memso correto que o fizesse, nos limites do comedimento.
O programa de Aécio é de merecer comentários do tipo “o que é aquilo, gente?” Horrível, para baixo, com o candidato duro como um boneco de pau, num discurso que vai se elevando da formalidade absoluta para o tom grandiloquente, sob uma trilha triunfal.
Que será que houve, será que botaram na cabeça do candidato que ele é um estadista, um líder de massas dos anos 50, que as pessoas esperam como um Deus baixado à Terra?
Tudo errado, inclusive na edição mixuruca, cortando para pessoas que não estão dando a mínima para o que está sendo dito por enfadonhos quatro minutos, com inserção de planos ridículos das mãos do candidato com os dedinhos apontando para baixo!
E o tal Bem-vindo, o que é aquilo. É ele que está entrando na casa das pessoas, não as pessoas entrando em seu programa!
Também não creio que se vá repetir à noite, por uma simples e direta razão: é horroroso, péssimo.
O programa de Dilma, além do mundão de tempo, tem uma linda estética e, sobretudo, conseguiu desamarrar a presidenta daquelas cartas e ar de mau humor. Foi sóbrio e descontraído, sem ser covarde ou vulgar.
Tanto ela quanto Lula falaram de obras, de compromissos, de salário, emprego, não ficaram na autolouvação.
Teve o momento de emoção do Pronatec, que junta ação de governo e sucesso humano.
Não cede ao puxa-saquismo e aproxima a governante do benefício do governado e, com as menções à crise mundial, atenua as críticas que se lhe possam fazer pelo crescimento menor da economia brasileira.
As entradas de Lula foram prudentes, não houve exagero de substituí-lo à candidata, mas não foram tão pequenas que denotassem afastamento ou frieza entre ambos. Lula, experiente, foi direto ao assunto: pediu o voto em Dilma, algo fundamental para consolidar a escolha de quem já a tem e essencial para conseguir novas.
Quem não pede, não leva.
As menções a Eduardo Campos – uma, indireta, de Dilma – “o pessimista é aquele que desiste” – e a direta, de Lula, foram decentes e de forma a evitar que a oposição se apropriasse do “não vamos desistir do Brasil”. Talvez, na fala de Lula, tenha faltado a menção mais direta: “foi meu Ministro e meu candidato ao governo de Pernambuco em duas eleições.
Reproduzo, abaixo, os três programas, para que você faça seu próprio julgamento.
Tenho certeza que será bem próximo deste que faço neste post.
Dilma Rousseff
Aécio Neves
PSB
Nenhum comentário:
Postar um comentário