Jovens comemoram Estatuto,
mas querem(muito) mais
Das várias pautas apresentadas durante a cerimônia de sanção da lei, a única que não encontrou eco no discurso da presidenta Dilma Rousseff foi a histórica reivindicação pela democratização da comunicação. Esquivando-se do assunto, a presidenta reduziu o debate à promessa de ampliação do seu programa de banda larga a preços populares.
Rosa Lux
Brasília - Centenas de jovens brasileiros comemoraram, na segunda-feira (5), a sanção do Estatuto da Juventude pela presidenta Dilma Rousseff, em cerimônia histórica e bastante concorrida, no Palácio do Planalto. Mas, já no próprio evento, avisaram que querem mais. Muito mais. A destinação dos royalties para a educação, a reforma política, a democratização da mídia e a desmilitarização da PM foram reivindicações constantes nas falas dos representantes dos movimentos juvenis.
Conforme a presidenta Dilma Rousseff, o Estatuto é uma “carta de direitos” que atinge 52 milhões de jovens brasileiros, de 15 a 29 anos. Após quase dez anos de tramitação, define os princípios e diretrizes para as políticas públicas para a juventude em âmbito federal, estadual e municipal. Entre eles, a popular meia-entrada em eventos culturais e esportivos. Os motivos para comemorar, portanto, eram vários. Mas as demandas dessa parcela da população também o são.
A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Virgínia Barros, disse que a sanção do Estatuto dialoga com as vozes que foram às ruas, na medida em que prevê mais direitos para os jovens. Mas reivindicou que seja aprofundado o debate sobre temas como a reforma política, a educação cada vez mais de qualidade e a democratização dos meios de comunicação, todos eles presentes nos eventos de junho.
O rapper GOG, que leu um manifesto assinado por 80 artistas e produtores culturais, pediu o fim do extermínio da juventude negra das periferias e favelas. “A violência experimentada por alguns durante as manifestações de junho é cotidiano na periferia, com a substituição das balas de borracha por verdadeiras. (...) Quantos Machados de Assis, quantas Claras Nunes, quantos Amarildos deixaram de existir?”, questionou.
O presidente do Conselho Nacional de Juventude, Alessandro Melchior, ressaltou o engajamento permanente da juventude em pautas de interesse, criticou a ação repressora de uma “polícia fascista”, retomou a necessidade de uma reforma política, lembrou da luta contra a homofobia e pela liberdade religiosa e insistiu na necessidade de democratização da mídia, que ataca as demandas reais da juventude.
A secretária nacional de juventude, Severine Macedo, deixou claro que os jovens brasileiros estão atentos e em luta permanente. "A voz das ruas reivindica mais direitos e novas formas de fazer política. Ao contrário do que muitos diziam, a juventude brasileira não é apática e nunca esteve dormindo", afirmou.
No seu discurso, Dilma Rousseff garantiu que governo é permeável à “voz das ruas e das redes”, mas não dialogou objetivamente com todas as pautas apresentadas. Voltou a defender a reforma política, antecedida pelo plebiscito, e insistiu na destinação dos royalties do petróleo para a educação, duas das reinvindicações dos movimentos presentes.
Em uma atitude rara, exorbitou seu discurso pré-concebido e defendeu, de improviso, a necessidade de se acabar com a violência contra jovens negros e pobres, tornando-o prioridade nesta fase de implantação do Estatuto da Juventude. “Uma das coisas mais graves no Brasil, hoje, é a violência contra a juventude negra e pobre. Ela (a violência) mostra um lado da nossa sociedade com o qual não podemos conviver pacificamente”.
A presidente, entretanto, se esquivou, mais uma vez, de se posicionar sobre as reiteradas reivindicações pela democratização da comunicação. Reduziu o debate sobre o tema à promessa de ampliação do Programa de Banda Larga a preços populares, tocado a passos lentos pelo Ministério das Comunicações.
Conforme a presidenta Dilma Rousseff, o Estatuto é uma “carta de direitos” que atinge 52 milhões de jovens brasileiros, de 15 a 29 anos. Após quase dez anos de tramitação, define os princípios e diretrizes para as políticas públicas para a juventude em âmbito federal, estadual e municipal. Entre eles, a popular meia-entrada em eventos culturais e esportivos. Os motivos para comemorar, portanto, eram vários. Mas as demandas dessa parcela da população também o são.
A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Virgínia Barros, disse que a sanção do Estatuto dialoga com as vozes que foram às ruas, na medida em que prevê mais direitos para os jovens. Mas reivindicou que seja aprofundado o debate sobre temas como a reforma política, a educação cada vez mais de qualidade e a democratização dos meios de comunicação, todos eles presentes nos eventos de junho.
O rapper GOG, que leu um manifesto assinado por 80 artistas e produtores culturais, pediu o fim do extermínio da juventude negra das periferias e favelas. “A violência experimentada por alguns durante as manifestações de junho é cotidiano na periferia, com a substituição das balas de borracha por verdadeiras. (...) Quantos Machados de Assis, quantas Claras Nunes, quantos Amarildos deixaram de existir?”, questionou.
O presidente do Conselho Nacional de Juventude, Alessandro Melchior, ressaltou o engajamento permanente da juventude em pautas de interesse, criticou a ação repressora de uma “polícia fascista”, retomou a necessidade de uma reforma política, lembrou da luta contra a homofobia e pela liberdade religiosa e insistiu na necessidade de democratização da mídia, que ataca as demandas reais da juventude.
A secretária nacional de juventude, Severine Macedo, deixou claro que os jovens brasileiros estão atentos e em luta permanente. "A voz das ruas reivindica mais direitos e novas formas de fazer política. Ao contrário do que muitos diziam, a juventude brasileira não é apática e nunca esteve dormindo", afirmou.
No seu discurso, Dilma Rousseff garantiu que governo é permeável à “voz das ruas e das redes”, mas não dialogou objetivamente com todas as pautas apresentadas. Voltou a defender a reforma política, antecedida pelo plebiscito, e insistiu na destinação dos royalties do petróleo para a educação, duas das reinvindicações dos movimentos presentes.
Em uma atitude rara, exorbitou seu discurso pré-concebido e defendeu, de improviso, a necessidade de se acabar com a violência contra jovens negros e pobres, tornando-o prioridade nesta fase de implantação do Estatuto da Juventude. “Uma das coisas mais graves no Brasil, hoje, é a violência contra a juventude negra e pobre. Ela (a violência) mostra um lado da nossa sociedade com o qual não podemos conviver pacificamente”.
A presidente, entretanto, se esquivou, mais uma vez, de se posicionar sobre as reiteradas reivindicações pela democratização da comunicação. Reduziu o debate sobre o tema à promessa de ampliação do Programa de Banda Larga a preços populares, tocado a passos lentos pelo Ministério das Comunicações.
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