Olha a chefe dos cubanos! Uma negra,
que horror! E Mestra em Londres!
Fernando Brito TIJOLAÇO
Um dos muito bobalhões que resolveram brincar de fazer páginas de Anonymous na internet, talvez para que não se lhes descubra a identidade “coxinha” está difundindo como um grande “escândalo” a matéria de hoje da Folha, onde se alardeia que o “Convênio para importar cubanos foi firmado antes do Mais Médicos”.
O texto é de uma idiotia sem par, que se revela na leitura do nome do tal “documento” ardilosamente firmado: “80º termo de cooperação técnica para desenvolvimento de ações vinculadas ao projeto de acesso da população brasileira à atenção básica em saúde”.
Octogésimo!!!
Portanto, houve 79 antes deles! E é natural, porque a Organização Pan-Americana de Saúde, a mais antiga instituição médica do mundo – foi fundada em 1902, 57 anos antes da revolução cubana, em Washington, EUA! – reúne 49 países das três Américas além de observadores europeus e é órgão internacional mais adequado para intercâmbio de políticas e pessoal médico.
Talvez, como o ilustrador da matéria tenha posto uma barba nos bonequinhos que usou para representar os médicos cubanos – nas fotos não vi nenhum barbado até agora -, estejam se confundindo pelo fato de que a diretora-geral da OPAS, Carissa Etienne, é uma negra, por isso possa ser cubana também, não é?
Mas não é, é dominicana, formada na Jamaica e com mestrado em Medicina Tropical em Londres.
Antes de dirigir a Opas, era Subdiretora Geral de Sistemas e Serviços de Saúde da ONU (OMS) em Genebra, na Suíça.
É tudo de um primarismo que só não é maior que a falta de sensibilidade humana, porque sabem que vão atender gente pobre, que não tem, como eles, um médico para recorrer na hora em que precisam.
A matéria adotada pelos Anonymous, sem outra coisa na cabeça que não o capuz e a máscara, fala que “apesar de o contrato já estar valendo no lançamento do Mais Médicos, em julho, o Ministério da Saúde insistiu, na época, que os profissionais brasileiros eram a prioridade do programa”.
E não foram? Só que eles, aliás com o apoio dos CRMs, boicotaram o programa e rebarbaram um salário de 10 mil reais, além de moradia gratuita e mais R$ 20 mil a R$ 30 mil de ajuda de custo para a mudança, quando fossem para o Nordeste ou para a Amazônia, respectivamente.
Entrei na tal página para ver e os comentários são de uma puerilidade digna de descerebrados.
O que o Conselho Federal de Medicina e os CRM fizeram, infelizmente, vai repercutir duramente sobre todos os médicos brasileiros. Sua insensibilidade, aliás, já deixou os médicos do serviço público, na sua maioria profissionais corretos e lutadores, expostos a serem confundidos com um bando de mercenários, que só enxergam na medicina uma máquina de ganhar dinheiro.
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