Doutrinas do Choque e do Medo nas Ruas
(A direita agradece penhoradamente a inestimável colaboração da ultraesquerda.Quanto pior, melhor)
DoLaDoDeLá Marco Aurélio Melo
Quando um policial aponta sua arma para um manifestante e dispara, ele não quer apenas ameaçar, ele quer atingir. Quando o alvo é um repórter ou um fotógrafo (na linha de frente por razões óbvias) ele não quer que as informação chegue à opinião pública. Por quê? Oras, porque a informação é prejudicial a ele, porque um simples registro fotográfico pode funcionar como denúncia de abuso de poder. E foi exatamente isso o que aconteceu ontem em São Paulo. Tendo ou não ordens superiores, o que a Tropa de Choque fez não foi restringir o espaço e dispersar e sim atacar violentamente o cidadão.
São muitas as discussões que os registros de hoje, fotográficos ou de texto, nos propõem. Quem são e o que querem essa massa disforme de protestantes? Digo disforme porque há entre eles não são só jovens de classe média baixa. Há jovens de todas as classes, da perifeira à região central. Há trabalhadores e trabalhadoras, há craqueiros, camelôs, ambulantes... Há marginais, subversivos, pixadores, artistas de rua, moradores de rua... Há um retrato da sociedade que se levanta contra a ordem e o poder estabelecidos.
A questão dos R$ 0,20 da passagem é só um detalhe, diante da vida que a maioria dos brasileiros leva. E é esta a mensagem clara que eles trazem. "A gente não quer só comida, a gente quer bebida, diversão e arte", anteciparam os Titãs 20 anos antes. Assim como no distante Capão Redondo, os Racionais apregoavam: "Não confio na polícia, raça do "carai".
Um diálogo de pai e filho pode ser elucidativo: - Você acha possível um golpe? - Não, impossível! Não há articulação política para isso. - Mas e as formas mais sujas do que as atuais para se manter no poder? (será que entendi, pensa o pai?) - É um longa conversa, filho. Hoje, o poder central está nas mãos de Dilma, ex-revolucionária e vítima de tortura durante a ditadura militar. Ela jamais admitiria um golpe de Estado! Lula é, hoje, uma das maiores lideranças do planeta e todos sabemos que ele é um conciliador.
O exército é impotente, se não tiver apoiado por forte articulação política. A direita, representada - pasmemos - por Alckmin e seu PSDB (que já foram os expoentes da social democracia), não conseguiria articular sozinha um golpe. Para isso, precisaria do apoio dos agentes econômicos. A classe empresarial, que sempre está dividida, hoje apoia o poder central. Sobram os bancos e a mídia. Todos odeiam os bancos, porque eles são os "ladrões institucionalizados".
Já a mídia tradicional está tão desmoralizada, que não consegue mais dar voz aos que "sempre estiveram com a razão", se é que razão existe. Mas este debate já não está mais no campo da sociologia, mas no da filosofia. Claro que é um cenário de hoje. Não podemos nos esquecer que eles (bancos e mídia) são especialistas nas doutrinas do choque e do medo. E sobre isso nossa história está cheia de ensinamentos. Mas isso o pai preferiu não falar para o filho ainda, para não deixá-lo mais assustado.
Quando um policial aponta sua arma para um manifestante e dispara, ele não quer apenas ameaçar, ele quer atingir. Quando o alvo é um repórter ou um fotógrafo (na linha de frente por razões óbvias) ele não quer que as informação chegue à opinião pública. Por quê? Oras, porque a informação é prejudicial a ele, porque um simples registro fotográfico pode funcionar como denúncia de abuso de poder. E foi exatamente isso o que aconteceu ontem em São Paulo. Tendo ou não ordens superiores, o que a Tropa de Choque fez não foi restringir o espaço e dispersar e sim atacar violentamente o cidadão.
São muitas as discussões que os registros de hoje, fotográficos ou de texto, nos propõem. Quem são e o que querem essa massa disforme de protestantes? Digo disforme porque há entre eles não são só jovens de classe média baixa. Há jovens de todas as classes, da perifeira à região central. Há trabalhadores e trabalhadoras, há craqueiros, camelôs, ambulantes... Há marginais, subversivos, pixadores, artistas de rua, moradores de rua... Há um retrato da sociedade que se levanta contra a ordem e o poder estabelecidos.
A questão dos R$ 0,20 da passagem é só um detalhe, diante da vida que a maioria dos brasileiros leva. E é esta a mensagem clara que eles trazem. "A gente não quer só comida, a gente quer bebida, diversão e arte", anteciparam os Titãs 20 anos antes. Assim como no distante Capão Redondo, os Racionais apregoavam: "Não confio na polícia, raça do "carai".
Um diálogo de pai e filho pode ser elucidativo: - Você acha possível um golpe? - Não, impossível! Não há articulação política para isso. - Mas e as formas mais sujas do que as atuais para se manter no poder? (será que entendi, pensa o pai?) - É um longa conversa, filho. Hoje, o poder central está nas mãos de Dilma, ex-revolucionária e vítima de tortura durante a ditadura militar. Ela jamais admitiria um golpe de Estado! Lula é, hoje, uma das maiores lideranças do planeta e todos sabemos que ele é um conciliador.
O exército é impotente, se não tiver apoiado por forte articulação política. A direita, representada - pasmemos - por Alckmin e seu PSDB (que já foram os expoentes da social democracia), não conseguiria articular sozinha um golpe. Para isso, precisaria do apoio dos agentes econômicos. A classe empresarial, que sempre está dividida, hoje apoia o poder central. Sobram os bancos e a mídia. Todos odeiam os bancos, porque eles são os "ladrões institucionalizados".
Já a mídia tradicional está tão desmoralizada, que não consegue mais dar voz aos que "sempre estiveram com a razão", se é que razão existe. Mas este debate já não está mais no campo da sociologia, mas no da filosofia. Claro que é um cenário de hoje. Não podemos nos esquecer que eles (bancos e mídia) são especialistas nas doutrinas do choque e do medo. E sobre isso nossa história está cheia de ensinamentos. Mas isso o pai preferiu não falar para o filho ainda, para não deixá-lo mais assustado.
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