domingo, 23 de junho de 2013

            Esquerda se une em São Paulo                para decidir como atuar em manifestações pelo país

José Coutinho Júnior                                                                           Brasil de Fato












Nessa última sexta (21), 76 organizações de esquerda , representando movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos se reuniram no sindicato dos químicos em São Paulo para avaliar o cenário de mobilizações no Brasil e como criar uma unidade entre si para atuar nestas manifestações.
A avaliação feita pelas organizações é de que as manifestações, que iniciaram em torno da redução da tarifa do transporte público na cidade, tem um caráter progressista, pois buscam a ampliação de diversos direitos sociais para a juventude e para a classe trabalhadora, indignadas com a situação em que vivem há anos.
No entanto, a direita organizada tenta dar os rumos do movimento, enfatizando o nacionalismo e explorando o senso comum de que as organizações políticas são a causa dos problemas do país, afirmando que as manifestações são de um povo que, unido não precisa de partidos ou organizações.
Dessa forma, a direita inicia um processo de incitação ao ódio às organizações trabalhadoras, responsáveis por construir lutas e mobilizações, para que estas sejam impedidas de participar ativamente das mobilizações com suas pautas progressistas, tentando assim acabar com o caráter de classe e de luta por direitos concretos das mobilizações.
A violência, tanto verbal quanto física, esta causada por grupos de skinheads e neonazistas, que movimentos sociais, partidos e sindicatos sofreram no ato da última quinta (20/06) em São Paulo, revela bem a capacidade dessa direita em utilizar o sentimento de indignação contra a política para expulsar a classe trabalhadora organizada dos atos.
Frente a isto, as organizações presentes avaliaram que é o momento de se unir, construindo uma plataforma política unitária e se organizar para levar as pautas da classe trabalhadora para as mobilizações, como a democratização dos meios de comunicação, a redução da jornada de trabalho, a suspensão dos leilões do pré-sal, a reforma política e a prioridade de investimento dos recursos públicos em saúde e educação, politizando desta forma as ruas e a população que se manifesta.
A violência deve ser combatida, mas é preciso ter em mente que ela é causada principalmente por grupos da extrema direita, e não pela maioria presente nos atos, que acaba sendo manipulada por estes grupos. As organizações avaliam que devem estar presentes nas ruas para disputar a consciência destas pessoas, além de realizar uma jornada nacional de lutas conjuntas para reivindicar suas pautas e mostrar sua força.
Estavam presentes organizações como a Marcha Mundial das Mulheres (MMM), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Via Campesina, União Nacional dos Estudantes (UNE), Intersindical, Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), Partido Socialismo e Liberdade (PSOl), Partido dos Trabalhadores (PT), dentre outros. Reuniões como esta estão sendo feitas em outros estados, como Rio de Janeiro, Brasília e Minas Gerais.

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