quarta-feira, 7 de janeiro de 2015


Petrobras, “quebrada”(segundo o 


PiG), vai recuperar em um ano


as perdas de seis?

Fernando Brito                                
espanta
Começaram as pressões para que a Petrobras, num gesto “patriótico”, reduza os preços dos combustíveis.
Curiosamente, daqueles mesmos que, poucos meses atrás, diziam que os preços deveriam ser aumentados em nome do “espírito empresarial”.
E qual é a razão?
Hoje, o Valor e a colunista Míriam Leitão, batem na mesma tecla: a queda no preço do petróleo – que no longo prazo é um desastre para o planeta – pode, num horizonte breve, gerar um enorme excedente de receita para a petroleira brasileira, aliviando suas necessidades de tomar dinheiro no mercado para seguir seu plano de investimentos.
Diz o Valor:
“Mantidos os atuais parâmetros de câmbio e preços dos derivados, analistas projetam que, até o fim de 2015, a Petrobras poderia recuperar o que perdeu nos últimos seis anos com a venda no mercado doméstico de gasolina e diesel mais baratos do que pagou para importar. Outra possibilidade aberta pelo barril do óleo cru no nível de US$ 50, no entanto, é usar a margem de lucro mais alta para eventual redução no preço dos derivados, o que poderia ajudar a inflação a permanecer no teto da meta em 2015.”
Miriam, cujas previsões você deve sempre acompanhar de três batidas na madeira:
“Ontem circulou a hipótese, depois negada, de que a Petrobras pudesse diminuir o preço da gasolina.”
É  impressionante como pretendem que alguns dos insumos mais importantes da economia – gasolina e diesel – possam variar de preço como um pé de alface da horta, que fica barato ou caro de acordo com a chuva da semana.
E é claro que sabem que não pode ser assim num país com as distâncias continentais do Brasil, dependente de rodovias,  sem tradição – e com carências enormes no transporte coletivo – e, como péssima cereja de mau bolo, ainda às voltas com uma crise hídrica que põe as termelétricas a trabalhar a pleno vapor.
Mas o “livre mercado”, o santo, considera uma heresia não seguir os preços do mercado internacional.
Na gasolina, no açúcar, no óleo de soja.
Menos, é claro, nos juros – que são o “preço do dinheiro” – que estão baixinhos ou negativos lá fora.
Aí, não.
Quebrar a Petrobras, sim. Derrubar os lucros imorais do sistema financeiro, jamais!

Nenhum comentário: