sábado, 31 de janeiro de 2015

Domingo, 1º de fevereiro de 2015


Com ou sem vitória de Cunha, eleição na Câmara trará prejuízo ao Planalto

Jornal GGN - Independente do resultado da eleição deste domingo (1/2), para a presidência da Câmara, a leitura nos corredores da política é que o Palácio do Planalto sai perdendo em qualquer cenário. Em menor grau, se o candidato do PT, Arlindo Chinaglia, vencer a disputa contra os adversários Julio Delgado (PSB), Chico Alencar (PSOL) e Eduardo Cunha (PMDB) - este último, dono do favoritismo. Mesmo com sucesso do petista, Dilma levaria para casa um PMDB enfurecido pela derrota e disposto a se deixar liderar, mais uma vez, pelo deputado fluminense que mais causou dor de cabeça durante o primeiro mandato da presidente.
Mas o prejuízo com a vitória de Eduardo Cunha, o principal desafeto do Planalto, seria maior. Afinal, ser presidente da Câmara é dispor de um cargo que só perde em relevância para a presidência e vice-presidência da República. Cunha, além de estar na linha sucessória de Dilma, teria poder para arquivar ou dar prosseguimento a pedidos de impeachment contra a presidente. E ditaria a velocidade com que projetos de lei que interessam ao Planalto seriam tocados na Câmara. 
O conflito declarado e preocupação do governo com Cunha são tão grandes que na última sexta-feira (30), durante entrevista a uma rádio, Chinaglia afirmou que, se não estiver no segundo turno da eleição para presidente da Câmara contra o peemedebista, dará seu voto pessoal a Julio Delgado, oficialmente o candidato de oposição ao PT, com apoio do PSDB. "Não há acordo de apoio [entre PT e PSB], nem pedi reciprocidade, mas eu também sou eleitor", explicou Chinaglia. Segundo ele, mesmo que o PMDB seja da base aliada, é impossível votar em Cunha após a campanha agressiva que ele encabeçou nas últimas semanas.
O retorno dos trabalhos da Câmara acontece neste domingo, às 10 horas. Quem coordenará a Casa é o deputado Miro Teixeira (Pros), por somar 69 anos e 11 mandatos. Ele proclamará o nome dos 513 deputados eleitos. Na sequência, até às 13h30, serão definidos os blocos parlamentares. Às 14h30, a primeira reunião de líderes buscará consenso para a distribuição de cargos da Mesa Diretora e comissões.
O prazo para registro de candidaturas à presidência da Câmara e demais cargos da Mesa Diretora se encerrará às 17h. A eleição é iniciada às 18 horas. A votação é secreta e feita em 14 urnas eletrônicas. Os deputados votam eletronicamente para os 11 cargos da Mesa Diretora da Câmara de uma vez. Ao fim da votação, os votos para presidente são apurados. Se um dos postulantes obtiver a maioria dos votos (metade mais 1), estará eleito e assumirá a mesa, dando prosseguimento à eleição dos demais cargos. Caso contrário, acontece o segundo turno entre os dois mais votados. A campanha de Chinaglia conta com essa hipótese.

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