segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Novo boato sobre saúde de Lula indigna família, amigos e médicos              

                        Blog da Cidadania por Eduardo Guimarães

lula câncer capa
O nome do “artista” é Leandro Mazzini, que se diz “jornalista, escritor e pós-graduado em Ciência Política pela UnB”. O sujeito edita uma tal de “coluna esplanada” no portal UOL. Neste domingo (4/1), esse indivíduo publicou nota fantasiosa sobre metástase que Lula teria sofrido e que lhe teria lhe atingido o pâncreas.
A matéria é estarrecedora não só pela profusão de invenções que contém, mas por mostrar que essa luta política suja que a direita trava contra o ex-presidente criminaliza até a sua saúde. Lula aparece nesse texto repugnante fazendo incursões furtivas de madrugada no hospital Sírio Libanês, como se fosse um criminoso, na tentativa de esconder seus supostos novos problemas de saúde.
Como se não bastasse, segundo o mistificador supracitado o presidente estaria pondo a própria vida em risco para não permitir que a sociedade saiba que estaria novamente doente. A quatro anos do próximo mandato presidencial, ele teria se recusado a fazer quimioterapia, optando por controlar a doença com um medicamento experimental de altíssimo custo (30 mil reais a dose)
O medicamento em questão teria como princípio ativo uma droga chamada “Bevacizumab”. Tratar-se-ia de “versão mais recente e potente do popular Avastin, que ameniza o quadro clínico e a dor, e evita a quimioterapia”.
Mais revoltante ainda é que o tal Mazzini atribui a informação a fontes desconhecidas e supostamente próximas a Lula: “um médico do Sírio, que não compõe a equipe que cuida de Lula; um diretor do PT; um assessor especial do Palácio do Planalto; e um parlamentar amigo de Lula”.
A ser verdade tudo isso, o tal editor da tal “coluna esplanada” seria, talvez, o jornalista político mais importante do país por ter sido escolhido pelas fontes que mencionou. Em vez de procurarem grandes meios de comunicação, as tais fontes teriam escolhido o “superjornalista” que inventou essa história toda.
O que surpreende – pero no mucho – é que o UOL publicou o absurdo em sua página principal. Segundo a fonte que me procurou para informar sobre a farsa, a chamada para a tal “coluna esplanada” ficou na primeira página do UOL durante cerca de duas horas.
Bastaria um mínimo de bom senso, porém, para perceber que a história não tem a menor lógica.
Senão, vejamos: a próxima eleição presidencial ocorrerá em 2018. A campanha eleitoral começará no mês de agosto, ou seja, daqui a três anos e oito meses. Por que, diabos, Lula arriscaria a própria vida não fazendo o tratamento mais correto (quimioterapia) se tem quase quatro anos para se tratar, recuperar-se e disputar a próxima eleição presidencial?
Aliás, se o ex-presidente estivesse tão doente, sofrendo metástase, seria enorme a possibilidade de nem estar vivo daqui a quatro anos – esse tempo costuma ser suficiente para matar pacientes cujo câncer se espalha.
O hospital Sírio Libanês rebateu essa farsa logo em seguida. Leia, abaixo, nota do hospital sobre a invencionice do tal Mazzini. 
lula câncer 1
 Vale lembrar que Lula sempre tratou com absoluta transparência os problemas de saúde que o acometeram após a eleição presidencial de 2010. Todas as informações sobre sua doença foram fartamente fornecidas à imprensa. Não existe uma só razão para que, agora, mudasse seu modo de agir.
Até porque, Lula ficou feliz com a repercussão que sua doença teve. Para quem não sabe, a divulgação de seu câncer, a forma transparente com que o ex-presidente tratou sua doença, fez aumentar a procura por exames preventivos e, além disso, fez com que as pessoas entendessem que câncer, muitas vezes, tem cura.

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