quarta-feira, 12 de junho de 2013

'Viúvas' da ditadura em Alagoas são             cúmplices dos que 'detonaram' o Banco do Estado, transferindo a conta do             rombo para o contribuinte                                                                   

Preocupados em  'se arrumar' na vida, pela via de abomináveis sinecuras, de que até Deus duvida, ferrenhos achincalhadores alagoanos, que enxovalham os governos de Lula e Dilma, comportam-se ainda, homiziados no DEM/PSDB e outras  valhacoutos conservadores, como inefáveis 'viúvas' do célebre 'rodízio', nos tempos da ditadura, entre Divaldo Suruagy e Guilherme Palmeira, cujo 'legado' inesquecível foi o fechamento do Produban, o desemprego e o infortúnio de milhares, além da hedionda transferência de colossal dívida dos usineiros da poderosa(e temida) Cooperativa para a conta do contribuinte coestaduano, que passou compulsoriamente a potencial  devedor do rombo que não fez, 'ad secula seculorum'.                                                                                                                  
                                                 
                                                                              
Sugiro aos contundentes críticos do PT em Alagoas, autodeclarados cruzados 'antitudo' dos governos Lula/Dilma,  que promovamos, por consciência cidadã, profilático(e corajoso) 'dever de casa', postergado às calendas desde épocas imemoriais,  em função das idiossincráticas 'conveniências' domésticas(quer dizer: 'alagoanas'). 

Proponho, por justo e oportuno, abramos, entre outras,  a 'caixa preta' onde foram acondicionadas as inconfessáveis (ir)responsabilidades sobre o fechamento do Produban(Banco do Estado), instituição de fomento fundada em 1962, com objetivo de incrementar o desenvolvimento de Alagoas, remoto tempo de um país voltado para reformas estruturais desgraçadamente abortadas pelo golpe de 1964,liminarmente apoiado, com expediente de 'caça às bruxas', pelo baronato alagoano do açúcar, lambuzado no melaço de históricas(embora dissimuladas) permissividades, desde as gerações senhoriais do engenho-banguê.

No curso ditatorial, as oligarquias alagoanas, notadamente no vicioso ciclo de alternância entre Suruagy e Guilherme Palmeira, apadrinhado pelos generais do poder autoritário, deitaram e rolaram sobre as linhas creditícias do Banco do Estado, acumulando inadimplências que somariam, em novembro de 1988, por volta de duas centenas de milhões  de dólares, através de operações contratadas no exterior(com a interveniência de 'tradings' inglesas), sob indispensável aval, claro, do já exaurido Produban. 

Proverbiais 'pendengas' tributárias(sobre a velha e ainda hoje recrudescente demanda do açúcar produzido com 'cana própria', que ensejaria supostas isenções às usinas) precipitaram um jogo-de-empurra para transformar potenciais devedores em surreais credores do erário alagoano. 

As usinas('cooperadas') não honraram os compromissos e o Produban, avalista transformado em 'principal devedor', viu-se impelido a 'se aliviar' com o socorro transitório da carteira de Redescontos do Banco Central, sob estratégia arquitetada no Palácio dos Martírios, inclusive depois de 1987, nos marcos do 'caçador de marajás'. 

Resumo da ópera-bufa: insolvente no 'Redesconto' do Bacen, o Produban sofreu intervenção federal, a partir de 16/11/1988, com fechamento imediato de sua rede de agências na capital e interior alagoano, além das de Recife, Aracaju, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, implicando o desemprego de milhares de bancários e a fome para suas respectivas famílias, todos sumariamente jogados no olho da rua. Nem o fundo de aposentadoria complementar dos funcionários (Fundação Produban) nem seu plano de saúde corporativo, nos moldes da Previ e Cassi do Banco do Brasil, foi salvo. 

O Sindicato dos Bancários, à frente da resistência dos trabalhadores(sustentados durante um ano com humilhantes - mas indispensáveis - cestas básicas semanais) e dos clientes(que tiveram retidas suas sacrificadas poupanças, sem pespectiva de resgate), logrou reabrir o Produban um ano depois, após ingentes gestões em Brasília(e veladas ameaças de morte que os diretores recebemos dos poderosos devedores). 

A sobrevida do Banco durou pouco tempo, vez que, nos primeiros meses do governo FHC, ocorreu o golpe fatal, face à onda de privatizações dos entreguistas neoliberais demotucanos. Pior: o rombo dos usineiros da Cooperativa foi debitado à Fazenda estadual, isto é, posto na conta do contribuinte, diluído na realidade sequencial de miséria e improbidades de toda ordem a que Alagoas('líder' das piores estatísticas socioeconômicas do país e sustentada pelos programas assistenciais dos governos Lula-Dilma) foi sumariamemnte condenada, séculos afora. 

Para referendar a 'bandalha': recentemente, o atual governador(do PSDB-DEM), Theo Vilela, conferiu novas prerrogativas de isenções análogas às que contribuiram para o fechamento do Produban, quase duas décadas atrás. Outro detalhe sutil: a Usina Seresta, da família de Vilela, foi, a exemplo das demais 'cooperativadas', uma das beneficiárias dos 'sortilégios' que transferiram para a conta do contribuinte os milhões de dólares tomados no exterior, nas antigas operações com garantias hipotecárias fictícias, liberadas, todavia, por ordens expressas dos gabinetes governamentais na época das nebulosas operações, aos dóceis, submissos(e lenientes) presidentes de plantão no Produban. 

Sei que o tema incomoda muita gente 'boa' e seus sucessores de heranças sombrias, todos fingindo que 'nada aconteceu'. Afinal, murmuram em Maceió, é perigoso mexer nesse vespeiro... 

Muitos migraram para outras atividades econômicas altamente rentáveis, suas usinas estão há muito de 'fogo morto' e o resto, bem, o resto que se exploda. Afinal, nossa impoluta justiça alagoana, entre embargos e outras filigranas de intermináveis contenciosos, com as honrosas exceções de praxe, funciona 'data venia' como todos sabem, na contramão dos fracos e oprimidos que - sutil detalhe! - constitui a esmagadora maioria da população alagoana.

É apenas uma 'temerária' ideia, a de se meter a mão em tal cumbuca. Como ninguém se presta a esse honroso e cívico 'haraquiri', mantenhamos o galho dentro, revogando, para não chamuscar a pele,  as mais remotas disposições em contrário. 
(AMgóes)

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