terça-feira, 18 de junho de 2013

Repórter de jornal que  
pregou repressão agora
é musa dos globais        

Lelê Teles                                                                             Viomundo
       
A GLOBO RELANÇA A MODA 'CARA-PINTADA' E EU FICO DE CARA COM ESSA PINTURA
por Lelê Teles
Jabor chamou os manifestantes de burgueses que não valem 20 centavos. A Globo os chamou de vândalos. A Folha pediu em editorial que a polícia descesse o cacete na moçada.

Agora, Arnaldo Jabor, que serve ao Instituto Millenium, uma organização que conspira contra os governos progressistas no Brasil e na América Latina, pede desculpas por ter sido mal educado com a juventude; veja você. Você acha que isso saiu espontaneamente da boca do humilde colunista ou de dentro de uma reunião com os patrões dele?

As revistonas, que antes criminalizavam os “vândalos” rebeldes sem causa,  agora colocam os garotos nas capas, como se fossem os revisionistas de maio de 68.

E a Globo velha de guerra usa os seus atores mais galantes e jovens, porque os feios e velhos não protestam e nem seduzem, e relança os caras-pintadas.

E, veja você, a imagem símbolo do manifesto não é um trabalhador espremido em pé dentro de um ônibus, ou um jovem da periferia sendo agredido por um policial (algo banal); a imagem síntese, para a Rede Globo, é a da repórter da Folha, que foi lá cobrir a violência que o seu jornal incitou pra vender uma capa bonita.

Não duvido nada que essa semana assistamos à marcha de uns zumbis com os olhos pintados. Meu medo é que os manifestantes  virem, sem querer, atores a serviço da mídia velha.

Já ocorreu antes.
(esses são os meus 20 centavos)

Leia também:
O editorial em que a Folha pediu a repressão dos “vândalos”

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