domingo, 9 de junho de 2013

Mensalão e a batalha na mídia

 




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Para escrever a saga sobre o mensalão, eu preciso acompanhar, obviamente, as matérias que saem na grande imprensa. Até porque é aí que o jogo é jogado. O mensalão sempre foi uma grande batalha de comunicação, muito mais midiática do que propriamente jurídica ou ideológica.
Então seguem algumas peças coletadas na grande imprensa dos últimos dias, comentadas.
Notinhas na coluna do Ancelmo, publicadas neste domingo, 9:

                                                       
                   
É triste o papel de Ancelmo nessa farsa. Repare que ele não disfaça. Faz uma apologia boboca ao Joaquim Barbosa, com uma informação absolutamente pueril sobre a presença de Joaquim Barbosa numa lojinha em Ipanema, com “direito a tirar fotos com fãs”. Em seguida, refere-se a Lewandowski como “ministro mais querido do PT”. Ora, porque ele não se refere a Barbosa como ministro mais querido do DEM? Ou fala sobre Gilmar Mendes, igualmente queridinho das legendas conservadoras? É óbvio que se trata de uma agressão (a enésima) gratuita a Lewandowski, pintado aqui como um ministro parcial e pró-PT, quando, na verdade, foi um ministro que se portou, no julgamento da Ação Penal 470, apenas com decência e respeito a Constituição. Sendo que mesmo Lewandowski também se curvou à mídia em vários momentos, e também ligou para Merval Pereira para “se explicar”.
A notinha de Ancelmo faz parte do início de uma grande campanha de pressão sobre o ministro Luiz Barroso, para que ele também se ajoelhe no milho da direita midiática. A imprensa está um tanto assustada com a afirmação de Barroso, de que o julgamento do mensalão foi “um ponto fora da curva”, o que é um sinônimo de “julgamento de exceção”.
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Publico também email que recebi da combativa Andrea Haas:
Assunto: [Xeque-Mate- Notícias] Começa nova manipulação de opinião pública! Ação contra Dirceu para pedir devolução de dinheiro que não foi desviado é injustiça!
Xeque – Marcelo Bancalero
Continuam os ERROS na justiça brasileira.
Eu pergunto…
Se o processo  da Ação  Penal (AP 470) ainda está na fase dos recursos, portanto, ainda em aberto, como podem  abrir um processo para pedir devolução de dinheiro?
Se no segundo semestre com o julgamento dos recursos, ficará provado que não existiu nenhum desvio de dinheiro público, como podem querer devolução de dinheiro?
Que dinheiro?
O que a Globo levou, e tantas outras instituições levaram?
Claro que isso só mostra uma coisa…
Querem  manter  a manipulação da opinião pública e tentar jogar pressão nos ministros Teori Zavascki e Luís RobertoBarroso com isso.
É a única explicação para mais esse abuso da injustiça brasileira.
Leia:

Justiça abre ação ligada ao mensalão para cobrar Dirceu

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
FLÁVIO FERREIRA
DE SÃO PAULO
A Justiça Federal em Brasília abriu o primeiro processo de improbidade contra o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) para cobrar a devolução dos valores que teriam sido desviados, sob seu comando, para o esquema do mensalão.
Também respondem ao processo o deputado federal José Genoino (PT-SP), o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e outras 18 pessoas.
O Ministério Público deu início à ação em 2007, mas só agora a Justiça a aceitou.
A decisão foi tomada no início do mês passado, dias depois de o STF (Supremo Tribunal Federal) publicar o acórdão com a sentença do julgamento do mensalão, que condenou Dirceu a dez anos e dez meses de prisão.
A ação de improbidade pede a devolução do dinheiro que o STF concluiu ter sido distribuído a parlamentares de cinco partidos –PMDB, PT, PL (atual PR), PTB e PP– para garantir apoio do Congresso ao governo do ex-presidente Lula.
Dirceu chegou a ser acusado em 2007 em uma ação de improbidade, mas foi excluído ainda na fase anterior ao processo. Na ocasião o juiz entendeu que a ação não poderia ser aplicada a um ministro de Estado.
Editoria de Arte/Folhapress
                       
VALORES
No atual processo, o Ministério Público acusa o núcleo político do mensalão, chefiado por Dirceu, de comprar o voto de parlamentares ligados ao PP –José Janene (PR), já morto, Pedro Corrêa (PE) e Pedro Henry (MT).
O pedido não fixa o valor a ser devolvido, mas acusa os parlamentares do PP de terem recebido ilegalmente R$ 4,1 milhões do esquema.
A lei da improbidade prevê a devolução do dinheiro desviado e o aplicação de multa equivalente a três vezes o valor, corrigido a partir da época dos repasses.
Há ainda outras quatro ações de improbidade contra os condenados do mensalão, mas elas ainda não foram aceitas pela Justiça.
Ao todo, o STF condenou 25 réus. O valor aproximado dos repasses aos partidos alcança R$ 23,2 milhões, segundo o Ministério Público, o que, com a multa, elevaria a R$ 100 milhões o total do eventual ressarcimento.
O processo na área cível utiliza os mesmos argumentos que a Procuradoria-Geral da República usou durante o julgamento no Supremo (área criminal).
OUTRO LADO
A defesa de José Dirceu afirmou que o Ministério Público cometeu erro na ação e diz que ele voltará a ser excluído do processo como ocorreu na fase preliminar da outra ação de improbidade na qual ele era acusado.
O advogado de Delúbio, Sérgio Renault, afirmou que ele não cometeu nenhuma ilegalidade em suas funções partidárias e não obteve nenhuma vantagem no cargo.
Marcelo Leal, defensor de Pedro Corrêa, disse que o dinheiro repassado ao PP não configurou ato criminoso e teve como finalidade pagar o advogado de um deputado e financiar a campanha eleitoral de 2004.
A reportagem não encontrou o advogado de Pedro Henry em seu escritório no final da tarde de ontem. Procurado por meio da assessoria de seu gabinete na Câmara, Genoino não comentou.
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Por fim, também é importante para entendermos a conjuntura ler a nota seguinte:
Nota da coluna Ilimar Franco, no dia 7 de junho de 2013:
O PT e o mensalão
O Instituto Vox Populi mediu o dano provocado ao PT pelo julgamento do mensalão. A pesquisa, feita em maio para petistas, registrou que a imagem do partido não mudou para 59%. Ficou pior para 26% e melhor para 11%. Sua atuação é considerada positiva para 59% e negativa para 23%. O PT tem hoje a simpatia de 29% dos ouvidos, o mesmo patamar anterior ao escândalo.
Essa pesquisa do PT embute, no entanto, uma armadilha, porque o partido pode interpretar seus resultados de duas maneiras divergentes e excludentes entre si: pode achar que o mensalão é “página virada”, já que a legenda tem ganho eleições e mantido um bom grau de popularidade, o que seria a pior atitude; ou pode entender, corretamente, que a população está começando a perceber que a mídia “entornou o caldo” ao tentar fazer do mensalão um justiçamento político circense e histérico e que o número de pessoas indignadas com a politização do STF vem crescendo. Se ficar provado que o STF cometeu erros crassos, a sociedade terá, forçosamente, de admitir que foi enganada pela mídia. Isso sim interessa, não apenas ao PT, mas às forças sociais e políticas que não querem viver num país governado por um bloco golpista liderado por mídia e seus tentáculos no judiciário.
                          
PS: Saiu hoje (domingo 09/06) na coluna de Elio Gaspari.
                                             

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