Em entrevista à imprensa, o embaixador para assuntos extraordinários do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Vadim Lukov, que também é subsecretário da Rússia no BRICS, falou sobre os planos específicos do país. Segundo ele, o primeiro objetivo do país, ao assumir a presidência do grupo, é “reforçar a posição do Brics no sistema internacional e, paralelamente, fortalecer a posição da Rússia na política e economia mundial”.
Além disso, está prevista a utilização de mecanismos de consolidação da estabilidade estratégica e do regime de não proliferação de armas de destruição em massa, “bem como a luta contra o terrorismo internacional e a preservação da segurança informática internacional”, acrescentou o diplomata.  
A cooperação estratégica entre os países do BRICS, desenvolvida com base no projeto russo-chinês, assume prioridade na esfera econômica. O documento que servirá de base para essa parceria será discutido por especialistas no dia 15 de abril, e a sua assinatura deve ocorrer na próxima cúpula do Brics em Ufa. Os pontos a serem debatidos concentram-se nos novos aspectos da cooperação em energia e mineração.
Também temos urgência em dar sequência à reforma do FMI, que já está há três anos parada por causa da posição do Congresso americano. Ao que parece, o governo de Obama não é contra a iniciativa, mas não possui maioria parlamentar no Congresso para levá-la adiante”, explicou Lukov.
Rede social
Outra área de importância para o BRICS ao longo deste ano refere-se à cooperação na esfera social. Os países-membros pretendem compartilhar em uma conferência científica as suas experiências e tecnologias na luta contra doenças cardiovasculares e infecciosas. No que tange à educação, há planos de ampliar a parceria técnico-científica por meio da Liga de Universidades.
A segurança e a luta contra ameaças comuns também devem estar em pauta. “No âmbito de nossa convergência política Internacional, será dada atenção especial à questão do Oriente Médio e do Norte da África”, anunciou o diplomata ao falar sobre áreas “afetadas pelo terrorismo e pelo tráfico de drogas”.
Um grupo de trabalho para combater o tráfico de drogas, bem como discutir a monopolização da internet pelos Estados Unidos, reunirá ainda os ministros das Comunicações dos países-membros. “A internet está hoje nas mãos de grandes players americanos, que não compartilham a sua gerência com países não-ocidentais”, disse Lukov. “Isso é injusto com os BRICS, que possuem bilhões de usuários.