A HISTÓRIA CRÍTICA E A
INDIGNAÇÃO SELETIVA
DA MASSA CHEIROSA
Valber Almeida – seg, 9/3/2015, no Facebook
Minha leitura da história é uma leitura crítica.
Condeno a corrupção, mas reconheço que foi somente nestes últimos governos que
a PF e o MP ganharam autonomia para investigar autoridades, muitas das quais
estão sendo punidas. Entristece-me, apenas, o viés politizado que estas
instituições tomaram, uma vez que não investigam qualquer coisa relacionada ao
PSDB. Não podemos confundir a realidade midiática com a realidade concreta, nem
compreender a realidade atual sem olhar para as lições da história.
Leitura crítica da história significa, antes de
tudo, compreender a história, e a política como tal, como produto do embate
entre interesses coletivos, principalmente os interesses de caráter material,
econômico, antes dos interesses morais, emocionais ou éticos. Aliás, por esta
perspectiva, é preciso compreender os próprios interesses morais, emocionais ou
éticos como instrumentalizáveis em favor dos interesses econômicos, a exemplo
do que ocorre hoje com uma elite política tradicionalmente corrupta que se
apresenta como porta-voz de interesses moralizadores, mal ocultando os
verdadeiros interesses que lhe movem.
Assim, com todas as críticas possíveis -e sou
consciente das limitações do governo-, entre uma direita entreguista, colonial
e socialmente insensível, fico com o PT que conseguiu definir um projeto de
nação, depois do desmonte do Estado nos anos 1990 e a privatização da nossa
soberania; que vem enraizando a democracia social e que distanciou o país da
humilhante submissão ao imperialismo norte-americano e europeu.
Por fim, percebendo que a nossa direita não se
indigna com a falência a que o PSDB levou São Paulo, o Paraná, o Pará –e que
tal o Brasil nos anos 90?-, isto é, não se indigna com um partido que se
especializou a falir as sociedades que governa; que não se indigna com o
Trensalão, com o Helicoca, com os 4,6 bilhões, possivelmente, desviados pelo
Aécio e Cia da saúde mineira, com os 200 bilhões do Banestado, com o Suição do
HSBC etc... só vejo três explicações para esta "indignação"
enviesada, direcionada, de mão única: ódio de classe, alienação das massas e um
trabalho de manipulação ideológica, com forte controle psicoemocional, muito
eficaz por parte da indústria cultural midiática sobre a elite acéfala e a massa
manobrada, destituída de "massa crítica".
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