247 - Os principais caciques do PSDB chegam divididos à convenção deste domingo, que irá reeleger o senador Aécio Neves (PSDB-MG) para mais um mandato como presidente da legenda. O que racha o partido é a disputa interna pelo poder, no momento em que os tucanos voltam a se enxergar com chances reais de assumir a presidência da República.
À frente dos carbonários da oposição, Aécio já sinalizou que sua estratégia é apostar no impeachment não apenas da presidente Dilma Rousseff, mas também do vice Michel Temer. Por isso, a aposta central é tentar derrubar a presidente Dilma a partir da delação premiada do empresário Ricardo Pessoa.
Caso o Tribunal Superior Eleitoral aponte abuso de poder econômico na chapa Dilma-Temer, os dois seriam cassados. Assim, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), assumiria a presidência da República por três meses e chamaria novas eleições.
Em entrevista ao Globo neste domingo, Aécio explicitou qual é o seu atalho para o golpe. "Ou ela tem a capacidade de retomar o posto, de reassumir o comando do país — e eu tenho dúvida se ela terá — ou temos que estar abertos a novas opções", afirmou, defendendo a antecipação do calendário eleitoral (leia aqui).
O senador José Serra (PSDB-SP) também se deixou seduzir pelo atalho golpista, mas se contenta com o impeachment apenas de Dilma e com Temer assumindo, no que seria a "saída Itamar". Neste sentido, o caminho mais viável seria o golpe a partir das chamadas "pedaladas fiscais", que atingiriam Dilma, mas não Temer.
Fora do golpe, apenas os governadores Geraldo Alckmin (São Paulo) e Marconi Perillo (Goiás), que querem ser candidatos em 2018 e defendem que Dilma cumpra seu mandato até o fim.
Neste domingo, na convenção a ser realizada em Brasília, os tucanos tentarão demonstrar unidade, mas o fato é que os interesses de seus quatro presidenciáveis são distintos e pode voar pena para todo lado.
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