Não vai haver golpe!
2015 não é 1954...
nem 1964!
(Paulo Nogueira)
Cansei.
Cansei do clima de derrota, de desolação, de paranoia que se alastrou pelos círculos progressistas nas redes sociais.
É como se o golpe fosse uma coisa inevitável.
Não poderia haver coisa mais errada.
Não vai haver golpe. Repito. NÃO vai haver golpe. Lamento as maiúsculas, mas são necessárias neste caso.
2015 não é 1954 e não é 1964.
As circunstâncias são diferentes, completamente diversas – exceto pela vontade da direita de subverter o resultado das urnas e a democracia.
Alguns pontos:
- Não vivemos numa Guerra Fria. Os Estados Unidos, consequentemente, não têm mariners prontos para despachar para o Brasil para defender os golpistas de direita;
- Não existe, no Brasil, um exército mobilizado para colocar os tanques nas ruas. Foi tão funesta a experiência dos militares no poder – 21 anos de poder e uma desastrosa obra em todos os campos, da política à economia, para não falar da questão social – que não existe a mais remota chance de uma segunda aventura dos generais por séculos.
- Nem Jango e nem Getúlio tiveram a internet como contrapartida para o massacre da mídia.
- Mesmo com o desgaste dos anos e de alianças bisonhas, o PT tem uma base social que ninguém pode subestimar. O Brasil entraria numa convulsão, e a direita sabe disso. Toda a raiva acumulada pela campanha de ódio da direita se traduziria em ódio na mesma medida da esquerda, e o país poderia virtualmente entrar numa guerra civil.
Por tudo isso, e por outras coisas que tornariam este artigo interminável, não vai haver golpe.
O que a direita quer, com sua gritaria histérica e alucinada, com suas ameaças tonitruantes e vazias, é manter os progressistas acoelhados, imobilizados até 2018.
E está conseguindo.
Espinha ereta: é isto que está faltando para os progressistas.
Coragem.
E discernimento.
Nestes dias, amigos no Facebook compartilharam, amedrontados, uma nota do Painel da Folha em que estava, segundo eles, o “roteiro do golpe”.
O Painel é feito pela mulher de um assessor de Aécio, e ex-editor da Veja.
Levar a sério?
Faz meses, anos, que a Veja afirma que o governo petista vai cair. Foi assim com Lula, é assim com Dilma.
É a vontade da Veja, porque um presidente amigo prolongaria com dinheiro público a vida da Abril, agonizante.
Só que entre a vontade da Veja e a realidade vai uma distância enorme.
Mas os progressistas parecem desconsiderar, e entram em pânico.
O medo imobiliza, e este é o principal problema para os progressistas.
Você sente desânimo para dar a melhor resposta para a gritaria conservadora: sair às ruas.
Termino com Montaigne.
Num de seus melhores ensaios, ele afirmou: “Meu maior medo é ter medo.”
Os progressistas estão com medo – e a hora é para adultos, não para meninos assustados.
Cansei.
Cansei do clima de derrota, de desolação, de paranoia que se alastrou pelos círculos progressistas nas redes sociais.
É como se o golpe fosse uma coisa inevitável.
Não poderia haver coisa mais errada.
Não vai haver golpe. Repito. NÃO vai haver golpe. Lamento as maiúsculas, mas são necessárias neste caso.
2015 não é 1954 e não é 1964.
As circunstâncias são diferentes, completamente diversas – exceto pela vontade da direita de subverter o resultado das urnas e a democracia.
Alguns pontos:
- Não vivemos numa Guerra Fria. Os Estados Unidos, consequentemente, não têm mariners prontos para despachar para o Brasil para defender os golpistas de direita;
- Não existe, no Brasil, um exército mobilizado para colocar os tanques nas ruas. Foi tão funesta a experiência dos militares no poder – 21 anos de poder e uma desastrosa obra em todos os campos, da política à economia, para não falar da questão social – que não existe a mais remota chance de uma segunda aventura dos generais por séculos.
- Nem Jango e nem Getúlio tiveram a internet como contrapartida para o massacre da mídia.
- Mesmo com o desgaste dos anos e de alianças bisonhas, o PT tem uma base social que ninguém pode subestimar. O Brasil entraria numa convulsão, e a direita sabe disso. Toda a raiva acumulada pela campanha de ódio da direita se traduziria em ódio na mesma medida da esquerda, e o país poderia virtualmente entrar numa guerra civil.
Por tudo isso, e por outras coisas que tornariam este artigo interminável, não vai haver golpe.
O que a direita quer, com sua gritaria histérica e alucinada, com suas ameaças tonitruantes e vazias, é manter os progressistas acoelhados, imobilizados até 2018.
E está conseguindo.
Espinha ereta: é isto que está faltando para os progressistas.
Coragem.
E discernimento.
Nestes dias, amigos no Facebook compartilharam, amedrontados, uma nota do Painel da Folha em que estava, segundo eles, o “roteiro do golpe”.
O Painel é feito pela mulher de um assessor de Aécio, e ex-editor da Veja.
Levar a sério?
Faz meses, anos, que a Veja afirma que o governo petista vai cair. Foi assim com Lula, é assim com Dilma.
É a vontade da Veja, porque um presidente amigo prolongaria com dinheiro público a vida da Abril, agonizante.
Só que entre a vontade da Veja e a realidade vai uma distância enorme.
Mas os progressistas parecem desconsiderar, e entram em pânico.
O medo imobiliza, e este é o principal problema para os progressistas.
Você sente desânimo para dar a melhor resposta para a gritaria conservadora: sair às ruas.
Termino com Montaigne.
Num de seus melhores ensaios, ele afirmou: “Meu maior medo é ter medo.”
Os progressistas estão com medo – e a hora é para adultos, não para meninos assustados.
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