Milhões da publicidade oficial na
Globo, Veja e afins: governos do PT atiram no próprio pé
Do AMGóes - Projetos e ações de governo não integram o rol de 'produtos' expostos à manipulação do 'marketing' mercadológico. O processo político decorre da percepção/sensibilidade do cidadão(um 'protagonista', não um 'consumidor'), sobre seu cotidiano. Assim, as razões do 'convencimento' quanto à exequibilidade de políticas públicas - municipais, estaduais ou federais - têm uma correlação intrínseca com o bem-estar social, além da fronteira dos desejos e perspectivas de realização/satisfação
pessoal.
Ao direcionar a publicidade oficial às mídias explicitamente contrárias aos objetivos referendados pela maioria nas urnas, os governos do PT cometeram uma sequência deletéria de tiros no próprio pé. Com efeito, veículos como Veja, Época, istoÉ, Folha, O Globo, Rede Globo e afins jamais abriram espaços, de forma equânime, ao contraponto de opiniões diversas das concepções que escancaradamente defendem. Assim, a estatística sobre a tiragem de 'impressos passou a 'tecnicamente' irrelevante, visto constituir um dado sobre o consumo de segmentos ideologicamente afinados com o pensamento dessas publicações, de notório viés (ultra)conservador.
Não sejamos ingênuos em acreditar que as maiores organizações midiáticas do Brasil teriam algum 'bem intencionado' interesse no debate político aberto e sem condicionantes. Das antigas na praça(O Globo, Folha/SP, Estadão) às de décadas contemporâneas(Veja, IstoÉ, Época, TV Globo em primeiro plano), o temário de ideias sempre foi pautado por inflexíveis convicções oligárquicas e excludentes, conquanto 'escamotear' realidades circunstanciais tenha sido vida afora a postura de todas, em relação às expectativas de um público-alvo que as entroniza como inquestionáveis formadoras de opinião.
Créditos à internet pelo mérito de propiciar salutares espaços à massa crítica tradicionalmente adstrita aos guetos construídos por seus até então 'intransponíveis' 'limites de reverberação. Nossa 'grande imprensa' cuidou de se apropriar dessa tecnologia de comunicação/informação 'virtual', por direito democrático de longa data espoliado aos 'sem-mídia', para a propagar seus fundamentos de dominação. Ela passou, todavia, a enfrentar crescentes contraditórios às 'verdades' instituídas draconianamente desde que o mundo é mundo, daí todos termos percebido que um 'novo tempo' seria possível.
Por fim, voltando à vaca fria da pusilânime estratégia midiática dos governos petistas, baseada na tibieza da 'concertación' chilena do primeiro governo Bachelet, preconizando o civilizado, indolor e utópico 'entendimento' com odiosos inimigos das liberdades democráticas, conduziu a previsíveis e graves impasses que tal leniência política ensejou. Ao minimizar a relevância da construção de uma mídia 'realmente' pública, preconizada no anteprojeto que Franklin Martins, na Secom, legou à sucessora de Lula, o PT e seu segundo governo postergaram às calendas os ansiados marcos da democratização da mídia, hoje um ponto microscópico no raio visual de nosso trincado retrovisor.
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