terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Sem   o   fim  do   financiamento privado de campanhas, combate à corrupção vai fracassar            

Paulo Nogueira                 

Costa na CPI: ninguém é santo
Costa na CPI: ninguém é santo
Você quer combater de verdade a corrupção?
Então leve a sério a frase do delator Costa pronunciada hoje na CPI da Petrobras. “Isso aconteceu em todos os governos. Todos!”
“Isso” são os sistemas de propinas utilizados para irrigar políticos e partidos.
Você quer fingir que combate a sonegação?
Então faça o seguinte: finja que tudo de ruim aconteceu depois da chegada do PT ao poder.
Na primeira opção, você estará combatendo o bom combate. Na segunda, estará fazendo demagogia barata.
É isso, demagogia barata, que vem fazendo figuras como FHC, Aécio e Gilmar Mendes.
Eles não contribuem em nada para o avanço do país.
É o oposto disso que vêm fazendo figuras como Luciana Genro e Ivan Valente ao se bater pelo fim do financiamento de campanhas por empresas privadas.
Porque é aí que está a raiz da corrupção. É quando, para usar uma expressão recente do Nobel de Economia Paul Krugman, a plutocracia toma de assalto a democracia.
Ninguém dá dinheiro de graça. Seja para Aécio, seja para Dilma, seja para o Pastor Everaldo, seja para quem for.
É uma troca: eu dou dinheiro e depois você, caso ganhe, me retribui.
Dilma voltou a falar que é contra o financiamento privado de campanhas. Falta passar à ação, e o primeiro passo para isso é deixar isso claro de forma categórica em algo como um pronunciamento em rede nacional.
Mas que ninguém se iluda.
Está claro que reformas que conduzam ao avanço da sociedade só serão alcançadas com mobilizações nas ruas, como as Jornadas de Junho.
Se você deixar por conta dos Aécios, Eduardos Cunhas, Serras e Gilmares, passarão o céu e a terra — mas não passará o dinheiro bilionário que as grandes empresas dão a políticos para que atendam aos interesses delas, delas e ainda delas.

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