Nenhum preço cai 40% em menos de três meses sem um intervenção política coordenada de interesses muito poderosos.
Subir, até pode, com um desastre, a eclosão de um conflito, mas não cair, ainda mais se é uma minoria que o produz em grande quantidade.
E é exatamente isso que está acontecendo com o preço do petróleo, que desabou de 100 dólares o barril para menos de 60, proporção idêntica à queda do gás natural.
O nível absoluto de controle dos Estados Unidos no Oriente Médio e a política de redução das importações ( que hoje anda nos 5 milhões de barris diários, o mesmo nível de 40 anos atrás e a metade do que importavam antes da crise de 2008) permitiram a mais ousada manobra norte-americana contra seus adversários políticos.
Mas ontem e hoje a Rússia foi levada á beira de um colapso.
Sua moeda, o rublo, que cambiava à razão de 46 por dólar há um mês, bateu 76 por um, hoje, para depois recuar para 68.
Ainda assim, perda de 50% de valor.
O Banco Central Russo, para evitar a fuga de divisas, teve de dar um salto nos juros públicos, que passaram de 10,5% para 17%, numa só tacada.
O que leva a uma projetada retração de 4,5% no PIB russo, em 12 meses.
Ninguém espere uma atitude passiva do governo Putin diante da ameaça de bancarrota do país.
Quem esperava um abrandamento das tensões mundiais, ponha a viola no saco.
Não há recuperação econômica que se sustente no mundo com uma maior desaceleração da China, uma Europa que não desatola, a Rússia em recessão e o Brasil estagnado.
Nem a dos Estados Unidos.
Que eles não se espantem, então, com o próximo movimento de Vladimir Putin.
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