Assisti, estarrecido, ao depoimento de Paulo Roberto Costa à CPMI do Congresso.
Disse que foi “honesto” durante 27 anos de sua carreira na empresa, antes do governo Lula, exercendo cargos de altíssimo grau. E que “aceitou”, pelo desejo de ser diretor, entrar no esquema de corrupção através do deputado José Janene, do PP(AMgóes: acusar um morto é ignominiosa desfaçatez).
Porque, disse ele, ninguém, com Sarney, Collor,Itamar, FHC ou nos governos do PT, sem “apoio político”, lhe faria tal proposta(AMgóes 2 - a um executivo 'honesto' como ele, imagine!).
Daí em diante, 'constrangido'(tadinho!), roubou pelo apoio político e, claro, para si mesmo, porque ficou com pelo menos US$ 23 milhões (o que está na Suíça) e mais o que tenha ficado por aqui.
Disse que, em 2009, “estava enojado”.
E, “enojado”(AMgóes 3 - vomitando bílis todo dia...) continuou roubando até que, três anos depois, foi demitido de fato e, como é comum nesses cargos, apresentou - a pedido - sua carta de exoneração.
Todos sabiam disso, tanto que O(aqui) Globo publicou, em 26 de abril de 2012: “A saída de Duque e Zelada ocorreu a pedido deles. Já Costa saiu por decisão da presidente Graça Foster e era uma indicação do PP, que deve reagir à demissão”.
É óbvio que, se Costa não estivesse sendo compelido a sair, bastaria que dissesse isso na ocasião aos repórteres: “Não é nada disso, eu é que pedi para sair, por razões de foro íntimo”.
Tanto não foi assim que o mesmo O Globo, no mesmo dia, publicou:“Costa, indicado pelo PP, saiu por decisão da presidente Graça Foster. Seu afastamento pegou o partido de surpresa e provocou a ira da legenda, que está “em revolução”, segundo políticos ligados ao PP”.
No início da sessão, o deputado Carlos Sampaio, homem forte do PSDB, o saudou quase como um herói nacional.
Menos, não é?
Claro que Costa tem muita coisa de concreta – e real – a denunciar e aquilo que tiver provas de que realmente foi corrupção deve gerar a mais severa punição penal.
Santificar Costa, todavia, e aceitar como verdadeiro tudo o que ele diz, inclusive o tal “nojo” por um esquema corrupto do qual se beneficiou pessoalmente com milhões e para o qual se aquadrilhou com um bandido condenado como Alberto Youseff, que continuou operando todo o tempo em que se disse “enojado”, é algo que não pode ser o comportamento da mídia.
Se é, então estão na obrigação de noticiar que Costa falou na CPMI, com todas as letras, que nunca mencionou esquemas que o “enojavam” ao Presidente Lula ou a então ministra Dilma.
Mas isso, claro, não é noticia, a não ser, daqui a pouco, nos 'blogs', se alguém tiver gravado e a gente puder mostrar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário