sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Chuva se normaliza e usinas


já recebem mais água do que


usam para gerar energia      


Fernando Brito

chuvacptec
Desde essa quinta-feira(27), os principais sistemas geradores de energia elétrica do Brasil estão recebendo mais água do que usam  para gerar energia.
Não é nenhum dilúvio, apenas as chuvas voltando ao nível histórico que a média registra, como você pode ver no gráfico.
Um alívio para situações dramáticas, como Três Marias, a primeira do São Francisco,  que, ao contrário das demais, não pôde ser ter seu nível preservado para não comprometer o rio, estavam recebendo 70 metros cúbicos por segundo e isso se multiplicou por cinco, em  três dias e  isso deve continuar aumentando, na próxima semana, para a qual há previsão de mais de 100 mm de precipitação.
Está conseguindo, agora, subir diariamente seis centímetros o nível que está 15 metros abaixo do normal.
As usinas de maior porte têm reservatórios imensos e, por isso, enchem e esvaziam lentamente.  Em Três Marias, por exemplo,caberiam umas dez vezes a Baía da Guanabara.
onsA situação, porém, é muito melhor, o que levou o Operador Nacional do Sistema a revisar para baixo o preço da energia – o chamado Custo Mensal de Operação – em quase 50%.
Veja aí ao lado e saiba que, esta semana, ele passava de R$ 1 mil.
A quantidade de água (e de energia, portanto) afluente passou de perto de 50% da média normal, no início do mês, para 86%, ontem. E o cálculo é que que ela seja, em média, de 94% do valor histórico para o mês de dezembro no Sudeste e no Centro-Oeste. E que o nível dos reservatórios feche o ano com 23% de acumulação e que esta chegue a 34% em janeiro, contra 15,1% de ontem.
Estão no gráfico os dados – oficiais – do esperado pelo Operador Nacional do Sistema que, como já frisei, é muito conservador em suas expectativas, porque é responsável.
Não haverá milagre, assim como não haverá catástrofe, embora ela esteja a anos-luz de ser tranquila.
Foi por isso que, dois dias atrás, se protestou aqui contra a “urubologia” de Miriam  voltando a prever apagão.
Ela tem razão ao dizer que foi uma seca mais severa que a do apagão de FHC. Mais severa e, mesmo assim, sem apagão, não é?
Porque é um absurdo que  não use 1% do seu volume de indignação acusatória contra uma situação que é mil vezes pior, a do abastecimento de água em São Paulo, onde, infelizmente, as chuvas não levaram a nenhuma recuperação dos reservatórios.
A vazão afluente é média de novembro é de 6 m³ por segundo, um terço do que, mesmo com toda a penúria hídrica a que estão submetidos os paulistanos, é só um terço do que se consome.
Como aqui não se faz terrorismo, não há risco imediato para São Paulo – salvo por algum problema das bombas das gambiarras feitas por Geraldo Alckmin – porque a chuva vai continuar.
Mas lá, sim, com qualquer cenário que não inclua dilúvios históricos, qualquer analista sabe que a situação vai sair do controle assim que terminar a situação chuvosa, já que seu principal sistema de abastecimento tem hoje MENOS  20,1% de sua capacidade normal.
Ou, para falar em litros, uma “dívida” de 200 bilhões de litros.
Isso aí é que é deficit público, Miriam!

Nenhum comentário: