Dilma: o
vácuo de governança
no prenchimento de cargos
O vice-presidente Michel Temer é um político educado, com grande preocupação em não invadir áreas de outros poderes.
Ao endossar a PEC do PMDB, visando agilizar as nomeações feitas pelo Executivo, Temer rompeu com sua discrição, mas com conhecimento de causa.
Falta alguém do Planalto para informar a presidente sobre o desgaste provocado pela demora em preencher cargos – especialmente para o Judiciário.
No TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3a Região), por exemplo, Dilma demorou mais de 6 meses para nomear vários desembargadores para cargos vagos. O sentimento que varreu o Tribunal foi a de que Dilma não gostava da Justiça, não tinha apreço pelo Judiciário.
Foi necessário uma viagem de Dilma para Temer, assumindo interinamente a presidência, assinar os atos de nomeação. E sobrou para ele. No dia seguinte, com o discernimento que lhe é peculiar, o Estadão associou as nomeações a supostas barganhas de Temer com o Tribunal. Ou seja, Temer pagou o pato quitando uma dívida que não era sua.
Agora, a demora em indicar Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) provoca um terremoto nas relações já não tão saudáveis entre o poder e a presidente. E não apenas isso. Há demora de meses para indicar titulares para as agências reguladoras, autarquias, empresas públicas, espalhando desgastes gratuitos contra Dilma.
Não se sabe o que passa pela cabeça da presidente. Se for receio de qualquer indicação ser torpedeada pelo PMDB no Congresso, está escolhendo o caminho pior: o de conferir ao PMDB a prerrogativa de resolver de vez esses atrasos.
Chegou-se a uma situação que qualquer vacilo da Presidente cria um vácuo que é imediatamente ocupado pelo PMDB ou por outros poderes. Agilizar decisões nevrálgicas virou fator de governabilidade.
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