domingo, 5 de outubro de 2014

O Waterloo de   


Aécio  Neves 


Sem nunca ter sido Napoleão, candidato do PSDB sofre derrota estratégica em Minas

Paulo Moreira leite, em seu blog      
                            
O mais importante resultado, nos 27 estados brasileiros, é sem dúvida a vitória de Fernando Pimentel em Minas Gerais. Sua vitória em primeiro turno representa um golpe duríssimo na campanha presidencial de Aécio Neves.

Verdade que Aécio Neves nunca foi um Napoleão Bonaparte em campanhas presidenciais. Na luta interna tucana, onde disputava a vaga de presidente, perdeu duas vezes para José Serra antes de conseguir lançar-se na disputa pelo Planalto.

Em 2014, Aécio nunca esteve na liderança das pesquisas e bastou a aparição de Marina Silva para que fosse derrubado para o terceiro lugar, de onde só conseguiu sair nos últimos dias. Mesmo assim, passou a maior parte do tempo com a metade das intenções de voto de Dilma Rousseff.
Depois de gabar-se de supostos trunfos de sua administração no Estado natal, o candidato do PSDB foi reprovado pelo próprio eleitorado,  dentro de casa. Os índices de aprovação altíssimos das pesquisas de opinião, mencionados com frequência nos debates e no horário político, perderam todo o sentido diante da palavra final do eleitor, criando uma dificuldade essencial no futuro político de Aécio Neves.
Toda sua propaganda consistia, até agora, num culto ao mito da própria eficiência, exibida em alto contraste diante do desempenho da presidente. Ele pedia votos com o argumento de que sabia como resolver as dificuldades de governo — e Minas era a prova do que dizia.
Após o primeiro turno mineiro, a imagem que Aécio projetou nos últimos meses não para de pé.
Ao passar para o segundo turno, terá de fazer uma revisão na própria estratégia. Em vez de fazer um discurso ofensivo, na postura de quem já mostrou a própria competência, Aécio estará na defensiva. Em vez de manter a postura favorita até agora — cobrar resultados da presidente — sua primeira obrigação será explicar o mau desempenho no Estado que governou por dois mandatos.

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