O que fazer com Aécio Neves
e o foguete de Marina, cujo
combustível está acabando
em pleno voo?
Fernando Brito
A candidatura Aécio Neves acabou faz tempo.
Só agora, porém, os institutos de pesquisa começam a admitir sua queda e, nos números, a escrever seu atestado de óbito eleitoral.
Com total sem-cerimônia, Marina Silva tomou-lhe o lugar entre os mais ricos e instruídos.
O grupo onde está aquele pessoal que, como se sabe, não precisa do Governo para viver, apenas para ganhar dinheiro.
Que, de bom grado, aboliria o Estado, mantendo apenas o Banco Central.
Agora, para esta parte da elite mais dotada de “espírito animal” – predadora, portanto – é Marina.
A eles, tripé macroeconômico e BC autônomo; ao povo, Malafaia.
É claro que nem todo mundo que ganha razoavelmente bem – dizer que quem tem R$ 8 mil de renda familiar é rico é uma piada que só no Brasil faz sentido – e instruído pensa assim é uma bobagem e uma injustiça.
O fato é que Aécio, que sempre foi pequeno entre os mais pobres, ananicou-se também naqueles grupos.
E candidato, quando despenca, ninguém segura. Ou melhor, ninguém quer segurar.
O “problema” é que um exame mais detido dos dados desagregados do Datafolha, mesmo com todos os “ajustes” que sofrem, mostram um fenômeno preocupante em relação a Marina Silva.
À exceção da faixa de mais de dez salários mínimos, ela cai ou para de crescer em todas as outras.
Acabou o combustível do foguete.
E foguete, a gente sabe, quando acaba o combustível, se não chegou a entrar em órbita…
Aí é que entra o dilema 'Aécio Neves'.
Morto politicamente, não pode virar opção para um eventual refluxo da onda.
No Datafolha passado, 64% dos seus eleitores prefeririam Marina no 2° turno; neste 59%. Já para Dilma iriam, antes, 18% e agora 24%.
Recorde-se que é de apenas uma semana a diferença entre as pesquisas.
Marina não pode cair se não tiver um colchão tucano que apare suas perdas.
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