Por que ninguém dá espaço à pesquisa
que diz ser o brasileiro um dos sujeitos
mais felizes do mundo?
Paulo Nogueira
Como é o país que você na mídia? E como é o Brasil visto pelos brasileiros?
Bem, parecem dois países diferentes.
Acaba de sair uma pesquisa (AQUI) mundial do instituto Gallup, em associação com a empresa americana de bem estar Healthways.
Foram ouvidas pessoas de 135 países, com o objetivo de avaliar o grau de satisfação delas. As entrevistas focavam em aspectos vitais da vida de cada um de nós: de dinheiro a saúde, das relações sociais ao encaixe na comunidade.
O Brasil ficou em quinto lugar.
É uma posição excepcional. Nas piores colocações você encontra países em guerra, como Iraque e Afeganistão.
Isto significa que o brasileiro está feliz. É feliz. É otimista. Gosta de seu país e de sua vida, e acha as coisas vão melhorar.
Não preciso dizer que esse levantamento foi virtualmente ignorado pela imprensa brasileira. O único lugar em que o vi – além do próprio DCM – foi no site da Exame.
Compare o brasileiro tal como é apresentado pela mídia com este que emergiu da pesquisa.
O BM – chamemos assim o Brasileiro da Mídia – é um sujeito atormentado, neurótico, infeliz, revoltado. Tem ódio do seu país, e desprezo pelos seus conterrâneos. Sente vergonha de dizer que é brasileiro no exterior.
Ele pode ser personificado em Jabor, numa referência masculina, ou em Rachel Sheherazade, numa referência feminina.
Agora examinemos o BV, o Brasileiro de Verdade. É aquele que os estrangeiros escontraram nas ruas, na Copa do Mundo. Afável, sorridente, bem humorado, gentil. De bem com a vida, de um modo geral.
O BV é a negação do BM.
Um desses dois brasileiros não faz sentido, e você pode bem imaginar qual.
O que está por trás do retrato grotescamente distorcido do Brasil e dos brasileiros feito por jornais, revistas, telejornais etc?
É o pavor de que, mostrando o brasileiro médio como um sujeito feliz, você esteja promovendo, indiretamente, o PT.
É um pensamento de brutal obtusidade.
O BV, o Brasileiro de Verdade, tem um caso de amor não com este partido ou aquele – mas com o Brasil.
Pode mudar o partido no Planalto que a alegria que está na alma do brasileiro permanecerá.
Compare o BM com as palavras ditas e escritas por (Arnaldo) Jabor. Num artigo recente publicado no Globo, ele escreveu: “Hoje, sabemos que somos parte da secular estupidez do país. Assumir nossa doença talvez seja o início da sabedoria.”
“Nossa doença”?
Jabor deveria olhar para o espelho ao formular este tipo de pensamento. Ele é um infeliz, um amargurado, um derrotado.
Um BM, em suma.
O BV, como mostra a pesquisa do Gallup, e como todos nós sabemos por experiência própria, é o oposto de Jabor.
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