A direita força por Marina.
E Aécio, vai para o lixo?
Fernando Brito 

Do AMgóes - A empedernida e recalcitrante direita neonazifascista contava com um 'arranjo' pessoal de Aécio Neves e Eduardo Campos, 'por baixo dos panos', na perspectiva de segundo turno do pleito presidencial. O candidato do PSB, que nesta quarta-13 nos deixou em circunstâncias trágicas, não lograra alçar voo na cola da agregada 'vice', ressentida ex-petista e ministra de Lula que se achava a 'ungida' para a disputa de 2010(o 'poste' escolhido e eleito foi Dilma Rousseff). Marina manteve-se com viés, digamos, 'meio à esquerda'('ma non troppo'), no que se refere às questões ambientais, seu nicho de atuação política desde o aprendizado com Chico Mendes, lá pelos idos acreanos da borracha. Consequentemente, pelo menos até hoje, foge dos tucanos como o diabo da cruz. E agora? Como é que a direita se declara 'Marina desde criancinha', sem dar um 'chega pra lá' no 'neocappo' tucano rodeado de 'aecioportos' em Minas, construídos, para proveito próprio, com a grana pública das Gerais?
A evidente pressão do conservadorismo em favor de que Marina assuma a vaga deixada pela morte de Eduardo Campos é uma faca de dois gumes.
Pode, é claro, levar a um segundo turno das eleições presidenciais.
Mas igualmente pode, pela comoção causada pela morte do candidato e pelo espetáculo mórbido criado pela mídia em torno do desaparecimento de Eduardo Campos, ultrapassar Aécio Neves e roubar dele o lugar neste segundo turno.
E aí?
Como agirão os integrantes do PSB com notórias ligações com os tucanos, como Márcio França (SP), Júlio Delgado (MG) e o notório Roberto Freire, cujo PPS está nesta coligação?
Tentam vetar Marina, não há segundo turno; concordam com ela e arriscam que Aécio fique fora dele?
O que o “stablishment” acha de Marina?
Capaz, preparada, eficiente?
Vai contar que ela seja, como ensaiou várias vezes na campanha de 2010, dócil e cordata com os interesses econômicos, os grandes inimigos, neste país, do meio-ambiente?
Vão jogar Aécio fora, como parece ser a vontade de alguns “mais animados”?
E Dilma, de fato “perde”?
Os votos de Pernambuco e o que o candidato socialista tinha no Nordeste migram para quem?
São perguntas que não se pode responder agora.
Episódios como o desta quarta, espetacularizados de forma doentia na mídia, produzem imenso efeito imediato e, em geral, parcas consequências de médio e longo prazos.
A mórbida pesquisa Datafolha registrada ontem é, como já se afirmou aqui, uma tolice científica – além de uma imensa desumanidade de seus promotores – porque vai medir não intenção de voto, mas comoção.
Há muitas perguntas a serem respondidas, embora o provável seja a candidatura Marina Silva.
Mas nem tudo, com ela, são flores para a direita.
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