Imagina na Copa… Andam imaginando demais…
Fernando Brito

Um velho e querido amigo me manda, por e-mail, uma notinha, publicada há dias pela Folha,no final da coluna esportiva Painel, dizendo que a Associação das Empresas Aéreas do Brasil tem uma pesquisa mostrando que, nas copas de 2006 e em 2010, os principais aeroportos da Alemanha e da África do Sul receberam pouco menos ou pouco mais passageiros do que em anos comuns.
Três por cento a menos na Alemanha, 5% a mais na Africa do Sul.
A demanda por ingressos e a procura das aéreas por vôos extras sugerem que o Brasil terá mais movimento, até pela capacidade do país – malgrado os “não vai ter Copa” – mas não parece haver razão para imaginar o “caos aéreo” que se vem apregoando.
Cidades com mais movimento, segundo os vôos(AQUI) solicitados pelas empresas, terão perto de 10% a mais de pousos e decolagens. As com menor tráfego, como Cuiabá, estas irão dobrar o número de vôos para centros emissores como Rio, São Paulo e Brasíla mas isso significa passar de 10 ou 15 para 20 ou 30 vôos com estes destinos e origens.
O “imagina isso na Copa” é o avô do “não vai ter Copa” dos mentes miúdas que não conseguem entender que um país que quer ser grande aos olhos do mundo precisa da Copa muito mais como imagem do que como receita econômica.
Imagem é um capital imenso para qualquer empresa – e elas investem milhões nisso – e uma alavanca para crescer e fazer negócios lucrativos.
Não é diferente para um país que, faz poucos anos, tinha “Buenos Aires como capital” e hoje se afirma como um destino de pessoas e investimentos crescentes, embora muito abaixo de seu potencial.
É este capital, muitas vezes maior do que qualquer gasto em estádios, que a turma do mau-humor crônico, que torce mais pelo desastre do que pelo país, está pretendendo dilapidar.
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