terça-feira, 9 de setembro de 2014

Dilma: 'Imprensa não tem fórum inequívoco para dizer quem é corrupto ou não'

Sobre supostas denúncias feitas por ex-diretor da Petrobras, presidenta lembrou a jornalistas que é a maior autoridade do Executivo do país, e por isso quer a informação a mais apurada possível. 'Mas de fontes oficiais', completou.
Renato Brandão, especial para a RBA                 
                                                                                                                  ICHIRO GUERRA
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Dilma: "Não só o governo federal tem o direito, mas a população em geral também tem direito"
São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff disse na tarde desta segunda-feira(8) que solicitou informações apuradas referentes às supostas denúncias feitas pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, à Polícia Federal, e publicadas na revista Veja no último final de semana. Ela ressaltou que é prudente saber a veracidade da acusação feita pela reportagem.
Eu determinei ao ministro José Eduardo Cardozo (da Justiça) que fizesse um ofício à Polícia Federal pedindo que se tiver qualquer pessoa do governo federal envolvido, nós gostaríamos de ter acesso a essas informações para que o governo possa tomar as providências e saber que essas providências estão sendo tomadas baseadas em informações oficiais, disse Dilma, durante sabatina promovida pelo jornal O Estado de S.Paulo, realizada no Palácio da Alvorada, em Brasília.
A presidenta observou que a reportagem publicada pela revista não traz detalhes, tampouco documentos ou valores sobre o suposto esquema. “É prudente saber primeiro se isso é verdade. Porque a própria revista que divulga que tem as informações não divulga de onde as tirou nem como tirou. Então, eu quero essas informações”, disse, acrescentando que os processos estão criptografados e “dentro de um cofre porque vazamento pode significar não-validade das provas.
Dilma prometeu que se for comprovado que há algum funcionário de Estado envolvido em corrupção, este sofrerá “afastamento puro e simples do governo”. Porém, disse que não cogita condenar ou perdoar baseada apenas em informação sem comprovação factual difundida na imprensa. “Eu sou presidenta da República, eu tenho que acatar informações oficiais. De quem? Da Polícia Federal, do Ministério Público Federal. É uma coisa engraçada. Se um órgão da imprensa sabe alguma coisa, e nós, que somos os acusados, não sabemos, isso é uma coisa inadmissível. Eu quero a informação mais apurada possível”, pontuou.
Agora, também não quero dar à imprensa um caráter que ela não tem diante das leis brasileiras. A imprensa não tem nenhum fórum inequívoco para dizer quem é corrupto ou não. Quem vai falar isso para mim é quem investiga, quem tem as provas, e não diz-que-diz. Eu sou a maior autoridade do Executivo do país, eu quero a informação a mais apurada possível. Não só o governo federal tem o direito, mas a população em geral também tem direito”, completou Dilma.

Plebiscito

Dilma voltou a defender uma reforma política para o Brasil e, inclusive, se comprometeu a convocar um plebiscito, caso seja reeleita para mais quatro anos de governo. “A melhor proposta é que só o ato de votar em plebiscito pode mudar. Vou convocar (um plebiscito de reforma política), 99% da população brasileira quer uma melhora na representatividade. Muitas pessoas querem uma maior transparência das instituições. As pessoas querem melhorar as formas que as campanhas são financiadas. Sem respaldo da população, ninguém tem força para fazer nenhuma alteração”, defendeu.
A presidenta também manifestou sua opinião sobre a manutenção ou o fim da reeleição para cargos de comando no Executivo. “Se for acabar com a reeleição, tem que dar mandato de cinco anos(do AMgóes - Como era antes do golpe de 1964). Agora, eu quero entender o que os cinco anos fazem no todo. Sou contra coincidência de todas as eleições. O Brasil tem que continuar votando. O voto popular tem um poder benéfico e é tão importante que o país vote em plebiscito, que só o ato de participar já muda o país.

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