segunda-feira, 20 de julho de 2015

                                                        (Fernando Brito)


Elite odeia o fato de Lula  ser 'mascate'

do Brasil mundo afora. Mas 'Road-show' 

para FHC privatizar, valeu...

               mascate

28 de maio de 1996.  Depois de dias de chuva e frio, a terça-feira era um agradável dia de primavera em Paris, relata a repórter(AQUI) Clara Fávilla, um dia tão bonito que Fernando Henrique Cardoso resolveu, como o Pombo Enigmático de Paulo Mendes Campos, ir a pé para o Hotel George V, caminhando ao lado de Jean Gandois, presidente do Conselho Nacional do Patronato Francês, entidade dos empresários da indústria, comércio, e serviços, incluídos aí os  bancos.
Estava satisfeito: acabara de participar de um “road-show”('exposição intinerante'), ao lado de Sérgio Mota, sobre as oportunidades de negócios para os estrangeiros na privatização das telecomunicações brasileiras. Todos se recordam que, entre as boas condições oferecidas aos negócio, estavam os financiamentos do BNDES e a política generosa de reajustes tarifários que assegurava bons lucros. E o cardápio oferecido a eles era bem mais suculento do que o almoço, daí a minutos, que saborearia com os “investidores” e suas bocas cheias d’água.
Conto esta pequena – e verdadeira – história (AQUI está a agenda presidencial, publicada pela Folha, à época) para que o caro leitor veja o quanto é ridícula essa outra que, apesar de todas as evidências, a imprensa insiste em manter sobre o suposto lobby de Lula em favor de empresas brasileiras no exterior.
Muito diferente da 'façanha'do antecessor tucano que, em lugar de vender produtos e serviços brasileiros, entregou o patrimônio público nacional a preços de banana e até com os compradores pagando com 'moedas podres', além de o governo providenciar, de forma surreal, os mais generosos empréstimos(no BNDES) para quem  quisesse comprar nossas empresas estatais. 
Lula, ao contrário do agenciador chique da venda do Brasil, foi e é, durante e depois de seu mandato, uma espécie de “camelô” promovendo a venda de produtos e serviços brasileiros. Ele mesmo sempre fez questão de dizer, como no vídeo (veja ao final), de 2008, quando o mundo mergulhava na crise:
– Nós temos que colocar os nossos produtos em cima da cabeça – e eu tenho o maior orgulho de ser garoto-propaganda dos produtos brasileiros, quaisquer que sejam eles  – porque é assim que a gente constrói uma nação grande. Eu estou à disposição deles (empresários) para viajar o continente africano, vendendo máquina, vendendo trator, vendendo biodiesel, vendendo o que tiver para vender. Eu não terei o menor problema em ser um mascate do Brasil para colocar os seus produtos no mundo.
Aí está: abertamente, publicamente, patrioticamente e não como um vilão da soberania brasileira ou um vendilhão de nossas riquezas.
A elite brasileira – e a mídia que lhe é servil – não perdoa esta diferença essencial.
E dá cobertura a um  negligente e irresponsável como o procurador da República que, submetido a um processo disciplinar por suas faltas funcionais, resolveu proteger-se politicamente com um inquérito esdrúxulo contra Lula.
Não o perdoam por ser um “camelô”(VÍDEO AQUI) a favor do Brasil  e não um vendedor do que pertence aos brasileiros.

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