sexta-feira, 17 de abril de 2015

Opções da direita: Uma 

delas é, sim, o golpe       

Na sala de visitas da nova direita cabem Lobão, os meninos siderados de Wall Street e o pastor Feliciano. Se pudesse, ela liquidaria todas as políticas sociais, até a previdência e, assim como Aécio, aposta numa solução rápida e cirúrgica, radical...


Reginaldo Moraes (*)                        Brasil Debate
  • Share
 Resultado de imagem para Imagem da nova direita brasileiraResultado de imagem para Imagem da nova direita brasileira
Não nos enganemos. Existe, sim, uma nova direita no Brasil. Ela foi se formando e se sedimentando ao longo dos últimos 30 anos, ainda que seja a continuidade de uma espécie mais antiga.
Resultado de imagem para imagens de coxinhas golpistasEssa nova direita não é exatamente partidária ou apenas partidária. Está fortemente nucleada em aparelhos políticos de outra natureza: mídia, ONGs, institutos, centros de “estudo” e difusão de ideias. Sua retaguarda material é composta de empresários bem-sucedidos, broncos mas espertos.
Alguns até fazem graça com governos progressistas. Mas vejam quais empreendimentos “intelectuais” os Gerdaus e assemelhados andaram financiando nesses anos e encontraremos think tanks neoliberais.
Outros desses empresários são por nós paparicados, como Lemann. Enquanto isso, o esclarecido filantropo e educador financia ataques ciber-guerrilheiros contra nossas ideias e organizações. Outros são claramente e francamente antirreformas, antirregulações, antiestado. Anti-nós.
Resultado de imagem para imagens da mídia golpistaOs donos do Itaú nunca esconderam isso. Ou os Marinho. Ainda outro dia, o dono da cadeia Riachuelo, conhecido militante do Partido Liberal, resumiu a ideia, de modo simples e simplório: fora o Estado! Que as raposas andem livres em campos livres!
Essa nova direita brasileira imita a norte-americana e certamente tem laços, inclusive financeiros, com os gringos. Volta e meia aparece um traço dessas ligações. Não surpreende. Afinal, não os une apenas a ideologia, mas os interesses. Para a grande estratégia americana não interessa um Brasil que fique em pé e com a coluna reta. É um incômodo para a influência americana na América do Sul e, como se viu nos últimos anos, mesmo mais além.
E não nos esqueçamos do modo como olham para as oportunidades que veem aqui: entrar de sola no pré-sal, substituir empreiteiras brasileiras, explorar mais fortemente o potencial agrobis. Uma mina de ouro. Ou várias.
Resultado de imagem para imagens da mídia golpistaA nova direita americana conseguiu conciliar duas coisas diferentes e aparentemente contraditórias – os yuppies financistas, moderninhos e até dissolutos, drogados e pervertidos, com a direita religiosa fundamentalista, que odeia toda essa “modernidade”.
Na sala de visitas cabem Lobão, os meninos siderados de Wall Street e o pastor Feliciano. Para isso, os novos sacerdotes da direita recriaram o cristianismo. Sequestraram Jesus e o transformaram em um ícone neoliberal. Há no ar, nas rádios e TVs, uma nova religião, uma nova teologia, a teologia do sucesso e da realização individual a qualquer custo. O lucro é uma bênção. O pecado da cobiça se transformou em virtude que abençoa o crente e homenageia seu deus.
Resultado de imagem para imagens da nova direitaEssa nova direita é radical. Se pudesse, liquidaria todas as políticas sociais, até a previdência. Sonha com isso. Liquidaria as regulamentações trabalhistas, ambientais, o que for necessário para garantir o livre movimento do capital. Se pudessem, revogariam a lei do imposto de renda progressivo. Quem sabe até a Lei Áurea precisasse de uma emenda, não é mesmo?
Resultado de imagem para imagens de coxinhas golpistas cobrando presença de AécioA velha direita, alojada principalmente nos partidos, está um pouco desconcertada. Pelas derrotas e pela pressão dos novos companheiros. Está dividida também quanto aos passos políticos imediatos. É ingênuo pensar que nenhum segmento da direita queira golpe ou impeachment. Quem diz isso nega a realidade para acalentar seus dogmas. Há hoje duas claras posições na direita partidária brasileira, com equivalentes na direita extra-partidos.
Uma delas não pode e não quer esperar. Não acredita em cozinha lenta. Ou vê, em um processo desse tipo, resultados que não convêm a seus interesses. Elementos menores e pessoais também pesam nessas avaliações. Se a presidenta caísse hoje, digamos, é possível e provável que tivéssemos novas eleições, mesmo sendo controversa a letra da lei. Aécio seria candidato? Ainda estaria no baralho. Bem possível. Mas… e se passarem alguns meses mais, talvez um ano? Bem, daí as eleições ficam para 2018.
Resultado de imagem para imagens de coxinhas golpistas cobrando presença de AécioA lembrança de Aécio nos eleitores de direita e centro-direita talvez se desmanche. Já é mais fraca hoje, ele esperneia para estar na mídia, nem que seja pelo ridículo. Sua reputação pode não resistir ao desgoverno revelado que ele e seu mordomo fizeram em Minas. Ou das demais ilegalidades em que está metido. Qualquer investigação superficial levaria até à cassação de seu mandato. Ele pode esperar até 2018? Não. Os outros podem. Preferem.
Resultado de imagem para imagens de coxinhas golpistas cobrando presença de AécioA nova direita, assim como Aécio, aposta numa solução rápida e cirúrgica, radical. Não lhe basta a derrubada da presidência. Quer limpar o país dos “ratos”, não nos iludamos. Seria uma derrota similar a 1964 ou 1970, podemos escolher o cenário. Uma derrota que determina que por anos sequer a palavra política seja pronunciada. Escolham o paralelo histórico, mas o silêncio de cemitério seria desse tipo.
A nova direita sabe que, no PSDB, precisa de gente como Aécio. Pressiona para que ele se junte à rua e rompa com a atitude “mole” dos velhos cardeais. Mas Aécio é apenas um aceno. O céu é o limite. Ou o inferno?
Esses sãos os dados no jogo da direita. E a esquerda?

Nenhum comentário: