Guerra das teles a golpes de machado
e Paulo Bernardo nem aí…
Fernando Brito
É de admirar a capacidade pleonástica do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade, ao definir como “práticas anticoncorrenciais” o que a Oi é acusada de fazer contra a GVT.
Segundo a denunciante, a “Broi” – nome que a empresa ganhou de Paulo Henrique Amorim depois dos acertos entre Carlos Jereissati e Daniel Dantas, “teria cortado cabos de ligação de telefones da GVT na infraestrutura compartilhada entre prestadoras de serviços de telefonia e de TV a cabo em prédios residenciais”.
Reparem bem: cortar cabos telefônicos!
A matéria do Valor é estarrecedora:
(…)a Anatel e a Justiça Federal de Brasília chegaram a emitir decisões cautelares para que a Oi encerrasse a prática.
O processo iniciado pelo Cade investigará outras três práticas anticompetitivas. “A Oi também é acusada de provocar lentidão e supostas falhas técnicas no tráfego de dados da GVT quando esta concorrente utilizava-se de interconexões com a sua rede para operar”, explicou o Cade.
Além disso, funcionários da Oi teriam se passado por clientes pedindo o cancelamento de portabilidades de pessoas que haviam solicitado a migração para a GVT.
Uma terceira denúncia afirma que empregados da Oi “teriam ameaçado instaladores de sistemas de telefonia da GVT em Salvador, na Bahia”.
Isso é apenas “prática anticoncorrencial”?
Nem aqui nem na China!
Isso é crime contra as telecomunicações, e devia dar cadeia a quem o pratica.
O Ministério das Comunicações e a sua inútil Anatel, a esta altura, já deviam estar colocando a faca no pescoço da “Broi”.
Ou será que vocês acham que uma empresa que manda dar machadadas nos cabos telefônicos de outra pode ter uma concessão pública?
Porque telefonia e telecomunicações em geral são concessões pública, se é que alguém se lembra disso.
O Ministro Paulo Bernardo, infelizmente, está muito ocupado para ver se “cava” um lugarzinho na coordenação da campanha de Dilma Rousseff à reeleição – acha pouco a campanha de Gleisi Hoffmann no Paraná – e não pode agir diante deste absurdo.
De que adianta Lula suplicar por um plano que leve acesso à internet a todos os brasileiros se as concessionárias tratam um serviço público em clima de briga de fazendeiro cortando cerca um do outro?
Ou isso é o que se entende por “telefonia de mercado”?
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